Após mudanças de contrato, ex-BBBs se sustentam com conteúdo adulto

Algumas semanas depois do fim do BBB 24, a maioria dos participantes do grupo Pipoca se viu em uma sinuca de bico. Após uma mudança brusca no contrato do reality, os ex-confinados ficaram sem oportunidades de trabalho na publicidade. Quase um ano depois, muitos voltaram a seus empregos originais, enquanto outros decidiram se reinventar totalmente para chamar a atenção do público.

Nizam Hayek e Antônio Carlos Jr., o motoboy Juninho, são dois exemplos de ex-BBBs que nadaram contra a corrente do ostracismo e seguiram rumos diferentes para tentarem se manter relevantes aos olhos de seus seguidores e da mídia. Ambos criaram perfis de conteúdo adulto na Privacy e, hoje, pagam as contas com a ajuda de uma boa pitada de sensualidade.

Depois de anos assistindo a carreiras bem-sucedidas sendo construídas para participantes que se aventuraram no reality show da Globo, é difícil não criar expectativas baseadas no passado --mas ambos foram surpreendidos com um pós-Big Brother Brasil não tão lucrativo assim.

"Óbvio que eu imaginei que, pelo simples fato de ter participado, portas fossem se abrir. E até abriram, de certa forma. Eu fui recebendo feedback de pessoas que trabalhavam nesse meio digital, da publicidade, e fui confiando no que elas me disseram", confessou Juninho ao Notícias da TV.

"Existe uma questão de promessas nesse mundo. Mas, graças a Deus, eu sempre fui uma pessoa muito pé no chão, não acreditei muito em promessas, mas sim nas coisas palpáveis que eu consigo conquistar", acrescentou ele.

"Eu fiz algumas publicidades que me fizeram acreditar que a coisa até ia esquentar. Fui um dos primeiros que saiu do BBB a fazer. Fiz com iFood, Burger King, roupa para o pessoal que anda de moto. Nesse momento, acreditei que estava se encaminhando, acontecendo naturalmente. Mas tiveram várias questões", lamentou.

Foi em meio à seca de convites publicitários que surgiu a vontade de abrir um perfil na Privacy e explorar um pouco mais a visibilidade proporcionada pelo programa. "Foi nessa pegada de me reinventar", justificou.

"Eu acho que a Privacy complementou minha visibilidade do BBB", afirmou. "Estava necessitado de algo que fizesse essa visibilidade ter uma expressão, e que tivesse a ver comigo. Então foi meio que um trisal ali", brincou.

Já Nizam ressaltou que, de fato, entrou no programa para que o prêmio em dinheiro ou a visibilidade pudesse mudar sua vida --e reconhece que seu pós-reality refletiu algumas de suas atitudes contraditórias dentro da casa.

"Se talvez eu não tivesse errado, eu teria um pós-BBB tão gigante quanto outros ex-BBBs. Mas ainda avalio que está sendo incrível, justamente por eu ter errado. Claro, eu esperava que fosse melhor e que as coisas seriam mais fáceis, mas estou feliz com tudo o que tem acontecido", disse.

A entrada no mundo do conteúdo adulto, entretanto, já era uma possibilidade pensada por Nizam desde antes do reality show. "Eu me vejo como um produto, e acho que podemos explorar várias vertentes desse produto nos momentos certos. Antes de entrar no BBB, eu já tinha noção de que isso poderia ser uma possibilidade", contou.

"Quando saí e avaliei o pós, percebi que eu poderia aproveitar a exposição, e foi com foco financeiro. Me ajudou muito a liberar muita coisa da minha cabeça, quebrar tabus", revelou.

Ainda que o faturamento seja bom, nenhum dos dois sequer chegou perto do prêmio do BBB 24 em ganhos financeiros --mas há a esperança de que a casa do milhão seja alcançada com muito dedicação.

"Ainda tem um caminho longo, mas tem me ajudado a realizar sonhos", declarou Juninho. "[O perfil] Me abriu portas e me ajudou a finalizar projetos parados há muito tempo", completou.

"Estou conquistando bastante coisa, estou conseguindo ajudar muita gente", confirmou Nizam, que apontou que a Privacy não é sua única fonte de renda.

"Está me proporcionando a possibilidade de ajudar as pessoas, ter uma qualidade de vida melhor, recuperar as coisas de quando eu fui assaltado em 2022, que entraram em casa e levaram absolutamente tudo o que eu tinha. Para algumas pessoas podem ser coisas pequenas, mas para mim são gigantes", finalizou ele.