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DE VOLTA NO VIVA

Ver Páginas da Vida com a imagem esticada na TV de plasma ruim era top em 2006

REPRODUÇÃO

TV de plasma vendida em 2006 com imagem da atriz Regina Duarte esticada

TV de 2006; Helena (Regina Duarte) distorcida em baixa resolução para encher a tela de plasma

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 21/11/2021 - 6h15

De volta a partir desta segunda (22) no Viva, a novela Páginas da Vida estreou em julho de 2006 e, como toda a programação da Globo na época, era exibida no padrão 4:3. Quase quadrado, o formato se encaixava perfeitamente nas telas das TVs de tubo, que eram maioria na época. Só quem tinha muita grana podia ter em casa uma tela fina com formato widescreen, retangular, como no cinema, o que se tornava um problemão para ver TV.

A explicação é simples. Para que o sinal 4:3 de baixa resolução da novela ocupasse completamente uma tela de plasma, sem tarjas pretas, era preciso esticar a imagem, comprometendo a realidade. Assim, todas as noites, a Helena, personagem icônica de Manoel Carlos interpretada por Regina Duarte na trama, aparecia gordinha e baixinha na casa dos poucos brasileiros que já tinham investido nas TVs mais modernas da época.

A qualidade da imagem também pesava contra. Com opções a partir de 42 polegadas (a maioria nem era de alta definição), os plasmas tinham tela maior do que as TVs de tubo tradicionais de 20 e 29 polegadas, deixando mais evidentes as imperfeições do sinal de baixa resolução da Globo.

Como faltava detalhamento, as cenas pareciam meio desfocadas na tela grande. A imagem ruim fazia o telespectador questionar se, de fato, valia a pena investir tanto para ter uma imagem pior do que a de seu antigo aparelho.

Fora o luxo de ter uma TV pendurada na parede em 2006, os plasmas só se saíam bem mesmo para reproduzir filmes em DVD, bastante popular na época. Como os disquinhos costumavam oferecer o mesmo formato de tela retangular e resolução da maioria dos plasmas, a combinação era perfeita.

Tudo mudou com a chegada da TV digital em novembro de 2007. A partir daí, as emissoras passaram a gerar gradativamente conteúdo em alta definição e formato widescreen, previstos no padrão brasileiro. A novidade foi um divisor de águas, já que o investimento em um televisor de tela fina de alto custo começou a se tornar interessante para ver qualquer tipo de conteúdo.

O mercado também viu crescer a oferta de TVs LCD, inclusive na categoria de telas grandes de alta definição, já compatíveis com a TV digital que estava a caminho. O preço assustava. Na época, um modelo de cristal líquido de 52 polegadas custava até três vezes mais do que um plasma de mesmo tamanho.

Com o tempo, a tecnologia LCD provou que veio para ficar. A ausência do chamado efeito burn-in, que provocava manchas nas TVs de plasma após a reprodução de cenas estáticas, e a facilidade para produzir telas de resolução maior a um custo menor ajudaram a vencer a batalha das telas finas. Os plasmas desapareceram de vez do mercado anos mais tarde.

Viva também estica a imagem

Quem acompanha as novelas antigas no Viva já deve ter notado que o canal tem como padrão adaptar as imagens no formato 4:3 (mais quadrado, como o das TVs do passado) para 16:9 (retangular, como o de todas as TVs vendidas na atualidade). Neste processo, o conteúdo fica esticado e distorcido, como acontecia nas telas finas em 2006.

Vários telespectadores na internet se posicionam contra esta decisão do canal, que não dá ao assinante a opção de ver as novelas no formato original 4:3, com barras pretas na tela, sem deformar o conteúdo. A queixa também se estende ao Globoplay, onde várias novelas antigas seguem o mesmo padrão achatado do Viva, sem dar alternativa para o telespectador.


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