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Novela das nove

Vilã pegadora e conto de fadas gay: como seria Babilônia sem cortes

Reprodução/TV Globo

A atriz Gloria Pires na cama com Val Perré em cena do primeiro capítulo de Babilônia - Reprodução/TV Globo

A atriz Gloria Pires na cama com Val Perré em cena do primeiro capítulo de Babilônia

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 26/8/2015 - 16h03
Atualizado em 27/8/2015 - 5h00

Bem diferente daquele que embala sua abertura, Babilônia tornou-se um samba do crioulo doido devido aos cortes e às inúmeras mudanças às quais a novela foi submetida para tentar estancar a sangria de público. O tiro saiu pela culatra, e os resultados na audiência foram pífios, ainda que tenha sido o programa mais visto da televisão brasileira, como ressalta um de seus autores, Ricardo Linhares. 

Por se tratar de uma obra aberta, mudanças são naturais no curso de um folhetim. O que assustou em Babilônia foi a maneira como elas foram feitas, alterando drasticamente o perfil inicial dos personagens. Mas o que teria acontecido com a novela caso não passasse por tantas transformações e quais seriam os possíveis finais de alguns personagens? Confira a seguir:

Gloria Pires na espreita em Babilônia; sem se apaixonar, vilã seria mais maldosa

Beatriz - A vilã de Gloria Pires seria uma Maria de Fátima (Vale Tudo - 1988) repaginada. Tinha tudo para ser a vilã das vilãs: ninfomaníaca, atacaria praticamente todos os homens da novela, mas caiu no conto do amor pelo garotão atleta e perdeu a voltagem sexual que calibrava boa parte de suas cenas iniciais. Se Beatriz se der bem no final, será um recado bem dado dos autores de que a essência de Babilônia foi mantida. 

Evandro, personagem de Cassio Gabus Mendes, não alcançou o potencial esperado

Evandro (Cassio Gabus Mendes) – O empresário tinha tudo para ser um daqueles personagens de Gilberto Braga que dá uma banana para o Brasil, mas o que houve de fato foi que ele próprio se tornou um banana. Perdeu toda aquela safadeza que demonstrou no começo. Seria ótimo se Evandro, no capítulo final, desse uma de Felipe Barreto, o vilão de Antônio Fagundes em O Dono do Mundo (1992), e revelasse a todos que sua faceta apaixonada não passou de um jogo de cena.

A personagem de Sophie Charlotte, Alice, poderia ter sido um contraponto ideal de Inês

Alice (Sophie Charlotte) – A menina seria a pedra no sapato de Inês (Adriana Esteves), infernizaria a vida da própria mãe e escandalizaria a sociedade ao passar de moça de família a garota de programa. Poderia, sim, acabar ao lado de Evandro, mas não pelo nobre sentimento do amor e sim pela picaretagem que esboçava no começo. 

Marcos Pasquim, no papel do galã Carlos Alberto, leva um tiro na novela das nove da Globo 

Carlos Alberto (Marcos Pasquim) – O bonitão certamente não teria morrido assassinado por Beatriz se não tivesse virado heterossexual e se apaixonado por Regina (Camila Pitanga). Talvez vivesse um conto de fadas gay com Ivan (Marcelo Melo Jr.) nas areias da praia do Leme.

Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro em cena de casamento gay em Babilônia

Estela (Nathalia Timberg) e Teresa (Fernanda Montenegro) – As duas teriam beijado muito, como no primeiro capítulo. O relacionamento que seria uma bandeira da causa gay foi apenas uma decepcionante troca de afetos entre as duas. Mais do que discursos politicamente corretos, o casal viveria uma história, que foi abafada no decorrer da novela. Que pelo menos no apagar das luzes elas beijem mais _e sem censura. 

A mocinha Regina (Camila Pitanga) posa para fotos em capítulo de Babilônia

Regina (Camila Pitanga) – Essa precisava mesmo mudar, e a ascensão social que sofreu foi boa para equilibrar o tom de voz da ex-barraqueira que virou gerente de restaurante chique e modelo promissora, mesmo tendo passado da idade. Mas mocinha sempre terá final feliz e com Regina não será diferente (ela se casará com Vinicius).

Arlete Salles em Babilônia; personagem Consuelo foi correta durante a trama da novela 

Consuelo (Arlete Salles) – Cumpriu com o esperado: foi hipócrita, cínica, amarga e não menos engraçada. O ponto aqui não vai nem para a novela, mas sim para Arlette Salles, corretíssima do começo ao fim da trama. Merece um final digno, à altura da personagem: cheio de hipocrisia _e para isso nada melhor do que com um cargo público. 

No final das contas, Babilônia passou a lição de que, assim como não se julga um livro pela capa, uma novela não se julga por seu primeiro capítulo.


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