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HISTORIADOR EXPLICA

Traição na realeza e mais: O que é verdade na história de Nos Tempos do Imperador?

PAULO BELOTE/TV GLOBO

Mariana Ximenes e Selton Mello em cena de Nos Tempos do Imperador: casal se beija caracterizados como Luísa e dom Pedro 2

Luísa (Mariana Ximenes) e Pedro (Selton Mello) em Nos Tempos do Imperador: caso confirmado

Novela das seis da Globo, Nos Tempos do Imperador é ambientada no período da regência de dom Pedro 2º (1825-1891) no Brasil. A trama conta a trajetória do líder a partir de 1856 e retrata alguns fatos curiosos do monarca, como seu caso com a condessa de Barral (1816-1891) e a rivalidade com Solano López (1827-1870). Mas, afinal, o folhetim é fiel à realidade?

Pós-doutorando do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Rodrigo Goyena explica que, apesar de algumas passagens históricas estarem na novela, elas não são exibidas exatamente de acordo com o relatado pelos biógrafos do imperador.

O caso de Pedro (Selton Mello) e Luísa (Mariana Ximenes), por exemplo, é muito mais explícito na novela do que foi de verdade. Assim como na trama, a condessa de Barral chegou ao palácio da Quinta da Boa Vista para se tornar preceptora das princesas Isabel (Any Maia/Giulia Gayoso) e Leopoldina (Melissa Nóbrega/Bruna Griphao), e assim se aproximou do nobre. 

O especialista explica que, pelo imperador ter sido uma figura muito soturna, o público não tinha noção do que realmente acontecia em sua vida pessoal:

Esse relacionamento não era tão escrachado como se parece sugerir. Ou seja, não era uma coisa aberta no sentido da família imperial, da corte, ou da imprensa e opinião pública saberem tão abertamente sobre esse namoro. 

O historiador complementa com outro bastidor curioso sobre a vida amorosa de dom Pedro 2º. Na época, os casamentos arranjados eram comuns, e foi nesses termos que aconteceu a união do líder brasileiro com Teresa Cristina (1822-1889) --na época, princesa do reino das Duas Sicílias, na Itália.

Pedro 2º não tinha noção da aparência da mulher e ficou ansioso com sua chegada ao Brasil. Ao vê-la, o monarca se assustou com a feição da futura imperatriz e notou que a moça era manca.

Apesar do susto inicial, o nobre criou um relacionamento afetuoso com a Teresa Cristina. Contudo, ele morria mesmo de amores pela preceptora.

paulo belote/tv globo 

Solano López em Nos Tempos do Imperador 

Briga com Solano López

Logo no primeiro capítulo da novela, há uma cena entre Pedro e o paraguaio (e futuro ditador) Solano López (Roberto Birindelli). O tirano visita o protagonista no meio de suas férias e exige sua ajuda para unificar os dois países em prol da circulação dos navios de Paraguai --que não tem saída para o mar. 

Ambicioso, o antagonista chega até a sugerir que Pedro dê a mão da filha Isabel em casamento. O líder brasileiro rejeita a ideia e faz um discurso moderninho com a frase: "O Brasil nunca se renderá a um ditador".

A verdade, entretanto, é muito menos floreada. O historiador comenta que alguns biógrafos relataram um encontro dos dois. No entanto, a conversa foi rápida e aconteceu um pouco antes da Guerra do Paraguai (1864-1870) estourar. Ou seja, bem depois do que a novela retratou e sem nenhuma menção à princesa.

As conversas reais de Solano López e dom Pedro 2º aconteciam por meio de pareceres diplomáticos. Os recados não eram personalizados e muito menos faziam ofensas pessoais. Os documentos representavam os interesses do Paraguai e Brasil mediante a um conflito prestes a acontecer. 

JOÃO MIGUEL JUNIOR/TV GLOBO

Dom Olu e Cândida: líderes do reduto negro

Pequena África existiu?

O reduto da Pequena África é um núcleo importante para Nos Tempos do Imperador. No espaço, Samuel (Michel Gomes) conquistou sua liberdade e foi acolhido pelo casal dom Olu (Rogério de Brito) e Cândida (Dani Ornellas).

O local realmente existiu. Goyena explica que a comunidade foi instalada em meados de 1850 nos bairros da Gamboa e Saúde, na zona portuária do Rio de Janeiro, e era usada para ajudar os negros alforriados. 

Porém, informalmente, o lugar também dava auxílio para aqueles fugiam dos seus senhores. Na ficção, o personagem interpretado por Rogério de Brito anda pelas ruas sem medo de ser incomodado pela polícia por ter o apoio explícito de dom Pedro 2º para a permanência da comunidade.

A realidade foi bem mais dura com a comunidade negra. O imperador nunca teve qualquer proximidade com os moradores da Pequena África e tampouco os ajudava. 

A comunidade foi destruída nos anos de 1920. Na época, o Rio de Janeiro vivia um renovação urbana que rejeitava qualquer tipo de resquício de uma população marginalizada nos pontos mais conhecidos.

"Essas classes laboriosas e supostamente perigosas habitavam justamente espaços como a Pequena África. Era tudo o contrário do que essa república queria: ser branca e europeia", finalizou Rodrigo Goyena.

Única novela inédita da Globo no ar, Nos Tempos do Imperador se passa cerca de 40 anos depois dos acontecimentos de Novo Mundo (2017). Além dos spoilers, o Notícias da TV também diariamente publica os resumos da novela das seis.


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Quarta, 2/2 (Capítulo 153)
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