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MIKA MAKINO

Muita cara e ainda mais coragem: Como é ser não-binárie em uma novela da Globo?

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Mika Makino caracterizada como Ísis em cena de Cara e Coragem

Mika Makino em Cara e Coragem; artista interpreta a bailarina Ísis na novela das sete da Globo

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 21/12/2022 - 6h20

Mika Makino se identifica como uma pessoa não-binária --termo guarda-chuva para série de identidades que não são estritamente masculinas ou femininas--, mas o papel de Ísis em Cara ou Coragem acabou complicando um pouco o meio de campo. Por vezes, as pessoas acabam confundindo o gênero de personagem e artista.

"O fato de estar interpretando uma mulher cis [que se identifica com o sexo que lhe foi designado ao nascer] afeta como os relacionamentos fora do set se dão, tanto da minha parte quando das demais pessoas. Acredito que isso ocorre principalmente por conta de como minha imagem imprime, para além da personagem, e pela minha personalidade de evitar entrar em possíveis conflitos", explica em entrevista ao Notícias da TV.

A própria língua portuguesa ainda não entrou em um consenso de como abarcar essas diferenças, seja por preconceito em relação aos pronomes neutros ou por dificuldades estruturais. Mika, por diversas vezes, costuma ser referida como atriz, ainda que não seja exatamente como se identifique:

A língua é viva. Ela invariavelmente vai se moldando com o uso do tempo, ainda que seja um tempo longo. Não sei dizer se essa resistência irá cessar em algum momento ou por quanto tempo irá perdurar, até porque as pessoas negam o uso dessa linguagem por conta de crenças e fundamentos muito estabelecidos. Acredito na insistência, se entendermos que a linguagem é uma das estratégias de ação cotidiana que pode nos levar a uma mudança de paradigma.

Mika prefere o uso de pronomes neutros --alguns exemplos são elu, delu-- ou mesmo construções que não demandem o uso deles. "Não lembro exatamente a data em que eu entendi que tinha algo na não-binariedade que me contemplava, mas o gênero e as definições propostas pela nossa sociedade sobre o mesmo sempre foram questões incômodas para mim", acrescenta.

Desde o fim da infância e o início da adolescência na minha intimidade não compartilhada, eu já me questionava sobre comportamentos sociais, sobre minha estrutura física e minhas possibilidades de comportamento e atividades a partir desse corpo.

Nos bastidores da novela das sete, Mika ainda diz que recebeu muito mais acolhimento do que imaginava quando trouxe a questão à tona. "Eu mesmo não coloco muito, corrigindo e explicando. Com isso, eu acabo deixando tudo se firmar com o tempo de convívio, na naturalidade de relações, observando e comentando mais do que propondo", observa.

"Escolho agir assim porque eu tenho essa possibilidade de postura. Não costumo estar em risco de ataque iminente para precisar me defender", arremata.


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