Atriz de Reis ergue a voz contra abuso: 'Meu silêncio não mudaria o que aconteceu'

A voz é muito mais do que um instrumento de trabalho para a atriz Karen Junqueira. Ela, que atualmente está no ar como a cortesã Golda em Reis, também passou a erguê-la e se fazer ouvir --em alto e bom som-- a favor de uma causa. A artista criou a campanha Cuide da Infância para ampliar o diálogo e aumentar o número de denúncias contra o abuso infantil.

A artista foi vítima aos 12 anos e decidiu contar a própria história nas redes sociais como forma de colocar um holofote sobre a questão. "Meu silêncio não mudaria o que aconteceu comigo, então resolvi me colocar como exemplo para as mães protegerem mais suas crianças, mulheres não terem medo de falar, de denunciar", explica ela em entrevista ao Notícias da TV.

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"Fui em busca do diálogo, falar sobre uma crise que está no nosso cotidiano. Educação sexual não é falar de sexo precocemente. Ajudaria muitas crianças. Acho um assunto necessário", acrescenta.

Karen, aliás, tem a oportunidade em Reis de voltar no tempo para compreender melhor as raízes de uma sociedade que sempre colocou as mulheres à parte. "Há muitas diferenças, considero tudo muito mais sutil. Naquela época, a vida não valia nada. Então, viver numa hospedaria e lidar com soldados era um grande perigo para uma mulher", analisa.

Não à toa, a intérprete resiste em apontar Golda como uma vilã. "De maneira nenhuma. Ela é uma cortesã, faz serviços por dinheiro, a considero política", avalia.

Costura histórica

Reis representa a volta de Karen às produções de época 12 anos depois de Sansão e Dalila (2011). "Admiro muito trabalhos épicos, assisto a muitas séries, é maravilhoso buscar histórias e referências", diz.

De lá para cá, a atriz trabalhou não só na Record, como passou por HBO, Fox e até foi odiada pelo público como a vilã Jéssica --responsável por infernizar a vida da "gata borralheira" Shirley (Sabrina Petraglia) em Haja Coração (2016), na Globo.

Acho que estamos em transição. Atores contratados tinham segurança, mas transitar também gera uma diversidade de trabalho. Contudo, não existe sua programação financeira, a não ser que não pare de trabalhar. Gosto do movimento desde que tenhamos oportunidades. Eu sempre gostei de conhecer diversos tipos de trabalhos. Estar em movimento pra mim é o mais importante para um ator.