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Sem volta

Sônia Braga revela decepção com a TV e dispensa convite para voltar às novelas

Rogério Fidalgo/AgNews

Sônia Braga se assusta com assédio de fãs e fotógrafos durante o lançamento do filme Bacurau no Rio de Janeiro

Sônia Braga no lançamento de Bacurau, no Rio de Janeiro: atriz não pretende voltar a fazer novelas no Brasil

ANA CORA LIMA

Publicado em 29/8/2019 - 5h23

Sônia Braga recebeu um convite para voltar às novelas em 2020, mas a atriz de 69 anos, que mora em Nova York e está no Brasil por conta do lançamento do filme Bacurau, descartou a possibilidade de um retorno à TV. Sem citar o nome de nenhuma emissora, ela diz que anda muito decepcionada com a televisão. Denuncia que o mercado está cada vez mais restrito para atores mais velhos e dominado por um monopólio.

"A novela está muito associada à cultura brasileira. O povo ama assistir e, quando a produção é bem feita, a história é bem contada, o sucesso é garantido em qualquer emissora. Mas acho estranho ver a teledramaturgia brasileira limitada a um só canal, e isso me desestimula totalmente pensar numa volta", reconhece.

Sônia não faz novelas no Brasil há 13 anos. A última foi Páginas da Vida (2006), na Globo --mesma emissora em que estreou em Irmãos Coragem (1970) e protagonizou Gabriela (1975). Fora da líder de audiência, ela esteve na série Donas de Casa Desesperadas (2007), uma experiência fracassada da RedeTV! em dramaturgia.

Há rumores de que a atriz foi convidada pelo autor Gilberto Braga para estar no elenco de sua próxima novela das seis. A trama é baseada no romance Feira das Vaidades, de William Makepeace Thackeray (1811-1863), que se passa na Inglaterra do século 19, mas será adaptada para o Rio de Janeiro da década de 1920.

"Acho que foi [para essa novela]. Não sei", desconversa a atriz sobre o convite. "Eu sempre tive e tenho vontade de fazer novelas. Eu comecei a minha carreira na televisão, e não fazer novelas é um castigo pra mim. Mas eu sinto também que o meu tempo passou. Não sei se aguentaria horas e horas dentro de um estúdio."

Morando nos Estados Unidos há quase três décadas, Sônia admite que pretende vir mais vezes ao Brasil. "Sou brasileira e sempre tive muito orgulho. Nós estamos atravessando um momento crítico em todos os níveis e não podemos ficar de braços cruzados. Temos que acompanhar tudo de perto para cobrar e exigir. Eu quero fazer mais parte disso", discursa a atriz, cada vez mais engajada.

No lançamento de Bacurau, no Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira (26), Sônia dividiu as atenções com Silvero Pereira, que marcou presença com uma tarja preta na boca com a mensagem "Censura não". "Temos que ter sempre coragem. Nós atores temos que lutar pela nossa arte, pelo nosso trabalho e, claro, pelo cinema brasileiro. Tenho muito orgulho de fazer parte de Bacurau", valoriza.

O longa estreia nesta quinta-feira (29) nos cinemas brasileiros. A obra retrata um grupo armado estrangeiro que quer dizimar o povoado do sertão pernambucano que dá nome ao filme. Dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, o longa ganhou o Prêmio do Júri do Festival de Cannes neste ano.

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