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AOS 48 ANOS

Após se descobrir negra, Aline Borges terá história exposta em trabalho: 'Quero falar'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Aline Borges está com um celular na mão, em selfie no espelho

Aline Borges: atriz de Pantanal (2022) se descobriu como mulher negra depois dos 40 anos

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 17/4/2023 - 6h35

Aline Borges se descobriu como uma mulher negra só depois dos 40 anos. Até então, ela se enxergava como uma pessoa de pele clara. A atriz atribui a falta de conhecimento ao racismo estrutural. Aos 48 anos, ela contará sua história de autodescoberta em um monólogo que deverá estrear nos próximos meses no teatro.

"Eu quero cada vez mais produzir as coisas, quero falar. Sou uma mulher preta que demorei muito a me reconhecer como mulher preta. Eu me entendi como mulher preta depois dos 40 anos de idade. Justamente nós, que vivemos num país racista", revelou em entrevista ao Notícias da TV no Chilli Mob Cruise.

A artista conviveu com atitudes que a faziam questionar sua pele e suas origens. Quando era jovem, quis operar o nariz para apagar seus traços, e até negou seu irmão gêmeo, que é negro. "Eu, que sou uma mulher preta da pele clara, não fui ensinada a valorizar as nossas raízes", lamentou.

"A partir do momento em que eu me reconheci como mulher preta, toda a minha vida, tanto profissional quanto afetiva, se potencializou. Acredito no meu potencial e no meu poder de contar as histórias que me foram negadas ao longo da minha trajetória enquanto mulher preta. Cada vez mais quero falar sobre isso", afirmou.

Aline defende que está na melhor fase de sua carreira. Após Pantanal (2022), ela assinou com a Netflix para fazer a série B.O., gravou a terceira temporada de Dom, no Prime Video, e iniciará os trabalhos no novo ano de Arcanjo Renegado, no Globoplay. Apesar das oportunidades, admitiu que os convites vão ficando escassos conforme o artista envelhece.

"A gente vive numa sociedade que é muito volúvel e que quer consumir o novo. A mulher de 40 e 45 anos realmente vai sendo colocada numa caixinha onde talvez a sociedade não queira tanto ver mais. A arte imita a vida; então, se você vai entrar num projeto, tem que ter mulheres e atrizes de todas as idades, é muito triste não ter papéis para mulheres maduras", desabafou.

Com o passar do tempo, você vai chegando em um momento em que as pessoas não te procuram tanto. Eu ainda não senti isso. Estou perto de fazer 50, então talvez daqui a pouco eu me sinta nesse lugar.

Para Aline, produzir seu monólogo para o teatro significa não ficar na mão dos contratos da TV ou do streaming. Ela assume que as redes sociais também são uma boa ferramenta para tirar dinheiro, mas não se sente confortável em focar em algo que não seja arte.

"Sou artista, e a minha forma de comunicação vai existir enquanto eu estiver viva. A independência me chama. Queria ter mais expertise para lidar com rede social, mas eu sou de uma outra era. É óbvio que cada vez mais eu preciso ter consciência de que isso é uma ferramenta muito poderosa e que a gente pode ganhar dinheiro", destaca.

"Se você não tiver muito cuidado, fica trabalhando para o Instagram e para as redes sociais. Eu sou a arte, sou uma pessoa que gosto da verdade. Você nunca vai me ver um robô. Não vou entrar no modo mecânico e artificial para monetizar. Faço na fluidez da minha verdade", concluiu.


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