Médica explica riscos e cuidados em gravidez tardia como a de Claudia Raia

Aos 55 anos, Claudia Raia revelou que está grávida de seu terceiro filho. O anúncio pegou muitos fãs da atriz de surpresa e ajudou a trazer à tona dúvidas em relação à gravidez tardia. "Se a saúde estiver boa, a gravidez vai ser tranquila. O mais importante é fazer um acompanhamento", destaca a ginecologista e obstetra Karen Rocha de Pauw.

Ao Notícias da TV, a especialista explica que a idade não tem grande impacto na gestação desde que a mulher tenha um histórico de cuidados com a saúde antes e durante a gravidez.

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"O pré-natal é extremamente importante. Independentemente da idade da mulher, o acompanhamento médico e o estado de saúde fazem toda diferença".

A ginecologista, no entanto, não deixa de destacar que grávidas com idade mais avançada devem, sim, estar atentas aos riscos da gestação: 

Um problema que existe é o abortamento. Quanto mais idade a mulher tem, maiores são as chances do abortamento, seja por problemas com a implantação do bebê, pela formação dele ou pela própria qualidade do óvulo, que após os 35 anos começa a diminuir. Depois disso, a gente tem as doenças inerentes da idade, como hipertensão, diabetes, obesidade, artrose e doenças articulares. 

"Tem medicamentos que muitas vezes a mulher não vai poder usar durante a gravidez, pois essas substâncias podem piorar a condição de uma doença que já existia", completa a especialista. 

Para Karen, Claudia será um exemplo a ser seguido por outras mulheres mais velhas que estão grávidas ou que ainda desejam ser mães. "Eu acho que ela provavelmente vai ter uma excelente gestação. A grávida mais madura é muito mais tranquila, entende as dietas, entende a questão do peso e entende o porquê de manter uma boa saúde durante a gravidez", completa. 

Saúde mental 

Além de cuidar do corpo, a mulher que vive a gravidez tardia também precisa lidar, muitas vezes, com os julgamentos da sociedade. Para a psicóloga Ligia Dantas, ainda é difícil para algumas pessoas aceitarem que a gestação não está mais em primeiro lugar na lista de sonhos das mulheres. 

"Há um estranhamento quando uma mulher engravida mais tarde. Apesar de ser cada vez mais comum, ainda causa estranhamento. O que vale a pena a gente esclarecer é que a maternidade nada tem a ver com a idade ou o sexo da pessoa. Hoje, inclusive, com o avanço da medicina e da tecnologia, temos novas configurações familiares. Há uma mudança desse conceito de que a maternidade tem que ser feita apenas pela mãe".

A especialista destaca ainda que as mulheres mudaram seus hábitos ao longo dos anos e passaram a se dedicar mais ao cuidado com o corpo e mente. Para ela, isso demonstra que mulheres mais velhas podem ser tanto ou mais saudáveis que mulheres mais novas. 

Acho que até existe o preconceito, mas a gente não pode dizer que uma mulher de 50 anos tem menos disposição do que uma de 30. A gente vê que esse universo da saúde, da medicina, vem avançando em relação à energia vital. Hoje, a mulher de 50 não é a mesma mulher que uma de 50 era há 20 anos. 

"Ela [Claudia] vai se deparar com angústias, sim, com dificuldades. Por isso é importante ter uma rede de apoio. É importante se colocar aberta para se exercitar sobre a maternidade", acrescenta a psicóloga.