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Política cultural

Verba pública financia microsséries da Globo que fracassaram no cinema

Divulgação

Sophie Charlotte e Matheus Nachtergaele em cena do filme Serra Pelada, que a Globo exibe de 21 a 24 de janeiro - Divulgação

Sophie Charlotte e Matheus Nachtergaele em cena do filme Serra Pelada, que a Globo exibe de 21 a 24 de janeiro

DANIEL CASTRO

Publicado em 24/11/2013 - 17h06

A Globo exibirá em janeiro no formato de microssérie dois filmes brasileiros lançados recentemente. Em comum, O Tempo e o Vento e Serra Pelada têm o fato de terem sido financiados por dinheiro público e de terem fracassado nos cinemas. Juntos, consumiram mais de R$ 13 milhões em renúncia fiscal e só arrecadaram R$ 11,7 milhões até o último dia 17.

De Jayme Monjardim, diretor de novelas da Globo, O Tempo e o Vento é uma superprodução para os parâmetros brasileiros. Segundo a Ancine (Agência Nacional do Cinema) custou R$ 14 milhões. Quase metade desse orçamento (R$ 6,5 milhões) saiu dos cofres públicos, via incentivos fiscais para a produção de filmes.

Nos cinemas, O Tempo e o Vento recuperou pouco mais da metade de seus custos. Segundo o site Filme B, que monitora bilheterias nacionais, até o último dia 17 o longa havia arrecadado R$ 7,6 milhões. Foi visto por 707 mil espectadores.

A Globo exibirá O Tempo e o Vento em três capítulos, de 1 a 3 de janeiro, depois de Amor à Vida. Se der 20 pontos no Ibope da Grande São Paulo, terá sido cinco vezes mais visto do que nos cinemas.

Já Serra Pelada teve produção mais modesta. Custou R$ 8,4 milhões, dos quais R$ 6,8 milhões, ou 81%, foram financiados por incentivos fiscais. Segundo o Filme B, foi visto por 389 mil espectadores, arrecadando R$ 4,1 milhões. A Globo a exibirá em quatro episódios, de 21 a 24 de janeiro.

Globo sócia

O dinheiro público, via vários mecanismos de incentivos fiscais, é o principal instrumento de política cultural no Brasil. Sem esses mecanismos, pelos quais empresas (a maioria estatais, como Petrobras e Caixa) deduzem de impostos a pagar o que investem em filmes e projetos culturais, não haveria cinema nacional.

A Globo participa dessa "engenharia" por meio da Globo Filmes. Entra como sócia dos filmes cedendo diretores, atores e mídia, ou seja, publicidade. Sem colocar dinheiro diretamente, geralmente fica com 15% dos direitos dos longa-metragens. E tem a preferência para exibir os filmes na TV, às vezes os transformando em microsséries.

Outro lado

A Globo reconhece que O Tempo e O Vento e Serra Pelada "foram financiados por dinheiro público, via incentivos fiscais aplicados por empresas estatais".

Mas não concorda com a afirmação de que "dinheiro público financia minisséries" da emissora. "A Globo não captou dinheiro público para fazer a minissérie. Através da Globo Filmes, que é coprodutora dos dois filmes, captou para fazer os filmes, pois esse é o principal modelo de fomento do cinema nacional', argumenta a área de Comunicação da rede.


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