Braços cruzados
Divulgação/SJPDF
Assembleia com funcionários da EBC, em Brasília, que determinou o 'estado de greve', há duas semanas
GILVAN MARQUES
Publicado em 7/11/2013 - 15h41
Atualizado em 7/11/2013 - 16h40
Funcionários da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), mantenedora da emissora pública TV Brasil, entraram em greve às 16h de hoje (7). A decisão foi tomada em assembleia realizada na terça (5), após várias tentativas de acordo com a direção.
A greve atinge, além da TV Brasil, a Rádio MEC e a Agência Brasil, agência de notícias oficial do governo federal. A EBC é subordinada diretamente à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A empresa é responsável ainda por produzir a Voz do Brasil, um noticiário estatal que vai ao ar em praticamente todas as emissoras de rádio.
Segundo sindicalistas, a paralisação atinge as instalações do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e São Luís. Nas quatro cidades, trabalham cerca de 2.000 pessoas. Os sindicalistas ainda não têm estimativas de adesão à paralisação.
A TV Brasil continua no ar, sem nenhum problema aparente até o momento.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 5,86% (o equivalente ao IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mais R$ 400 de aumento linear para todos os funcionários. Pedem também 12% de reajuste no auxílio-alimentação, criação do auxílio-educação para funcionários que têm filhos de até 17 anos e adicional no salário para quem tem graduação e pós-graduação.
A EBC ofereceu reajuste real de 0,5% sobre o salário dos funcionários _em alguns casos, esse aumento equivale a R$ 9. A proposta foi recusada pela maioria dos funcionários que compareceram a assembleia.
Há relatos de clima tenso e de intimidação por parte da direção da EBC. Muitos funcionários evitam falar sobre o assunto publicamente. O Sindicato de Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro acusou a direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) de divulgar uma "nota interna falaciosa sobre a greve".
Em nota, a EBC negou a acusação e se disse surpresa pela deflagração da greve de seus empregados.
"Durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013/2014, a empresa em nenhum momento se posicionou de forma a prejudicar os seus empregados. Pelo contrário, sempre concordou com a necessidade de preservação do poder de compra dos salários e benefícios sociais", diz na nota.
A empresa informou ainda que "considera ilegítimo o modo como foi deflagrada e anunciada a greve de seus empregados".
Uma nova assembleia está agendada para esta sexta (8) para a decisão pela continuidade ou não da greve.
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