Golpe baixo
DIVULGAÇÃO/BAND
O apresentador Marcelo Tas, que comanda o CQC, todas as segundas-feiras na Band
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 11/10/2013 - 13h41
Atualizado em 11/10/2013 - 15h22
Marcelo Tas, líder do CQC, da Band, revela um tipo de violência que já foi sentida na pele muitas vezes pelos integrantes do programa. No calor da abordagem a alguns políticos, alguns seguranças apertam os testículos dos repórteres para afastá-los de seus protegidos.
No entanto, nos seis anos da atração, as represálias diminuíram muito, graças à repercussão que as denúncias apresentadas na TV ganham. Um dos políticos que já se arrependeu de ter tratado mal o CQC é Ciro Gomes.
Tas conta que são os filhos dos políticos que costumam pedir para os pais não tratarem mal as equipes do programa.
O balanço de 2013, para ele, é positivo. A atração se mantém com cinco pontos de média no Ipobe, audiência que a Band só tem em clássicos do futebol.
Notícias a TV - O CQC já tem seis anos na programação da Band. No próximo ano, o programa continua da forma que é?
Marcelo Tas - O CQC já está com vinda longa, pois ele já cumpriu esses seis primeiros anos. Se ele vai ter uma vida mais longa ainda, depende muito da gente. Em 2014, ele continua no ar e vai ter quadros novos, mas não posso adiantar nada.
NTV - Além da bancada, você tem um papel fundamental nos bastidores do programa. O que você faz exatamente no desenvolvimento do conteúdo?
Tas - O papel da bancada não é pequeno e é de ligar os pontos. Acompanho toda a criação do programa. Eles me deram um cargo com nome chique, agora, que é coordenador editorial. Nós somos um tripé. Três pessoas lideram o CQC. O Marco Gonzalo é o diretor, um argentino que está no programa desde o primeiro dia, ele era produtor e foi crescendo até chegar onde está. Temos uma ligação muito forte, ele fica no meu ouvido durante o programa e na hora decidimos o que cai ou o que entra na atração ao vivo. E tem o Marcelo Salinas, que é o nosso diretor de redação. Ele cuida da parte jornalística no dia a dia, sabe tudo que as equipes que estão na rua estão fazendo.
NTV - Os CQCs sofrem represálias por conta das denúncias que fazem?
Tas - A gente levava muito mais pancada no início do projeto. Nós já tivemos muita violência física contra as equipes do programa, como safanão. O que aconteceu muitas vezes e, infelizmente, não dá para mostrar é segurança de político que aperta os testículos dos nossos repórteres no empurra-empurra da reportagem, quando só queremos ouvi-los. Espero que no ano que vem, que tem eleição, a gente possa fazer uma cobertura mais democrática, pois o CQC vai estar em cima deles e espero que respeitem o nosso trabalho.
NTV - Algum político já se arrependeu de tratar mal a reportagem do CQC?
Tas - Nossos grandes aliados são os filhos dos políticos, que puxam a orelha deles. Eu descobri isso faz pouco tempo. Fiquei sabendo que a filha do Ciro Gomes deu um esporro nele porque ele tratou nossa equipe mal. Ele veio nos procurar e disse que não sabia que era o CQC. Claro que ele sabia, mas foi por causa dela que ele passou a tratar a gente melhor.
NTV - E o Conversa de Gente Grande [projeto apresentado por Tas em 2012 com crianças] volta ou não ao ar?
Tas - Fazer um programa com criança demanda uma grande energia, eu teria de largar o CQC para me dedicar somente ao CGG.
NTV - O problema foi a audiência não ser a satisfatória para um domingo?
Tas - As pessoas falam muito de audiência e não analisam esses números. Esse não foi um problema no CGG. O último programa que foi ao ar deu 3 pontos de média em um domingo à noite. É só olhar o que está acontecendo nos domingos nesse horário na Band. Três pontos é uma boa audiência.
NTV - E a audiência do CQC é satisfatória para a direção da Band?
Tas - A audiência do CQC é crescente. O programa dá cinco pontos, o que equivale a um jogo do Corinthians e Palmeiras, domingo, às quatro da tarde. É o teto da Band. O CQC dá isso em uma segunda-feira quase de madrugada. É a audiência do Jô [Programa do Jô, na Globo]. Nós estamos por cinco semanas sendo a maior audiência da emissora nas segundas-feiras, damos mais audiência que Datena [telejornal Brasil Urgente] e o Jornal da Band. Isso é muito significativo.
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