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CONVERSA

Roqueiro, barbudo e 'filósofo': sete marcos da trajetória de Pedro Bial

Carol Caminha/Gshow

O apresentador Pedro Bial no estúdio de seu novo programa na Globo, o Conversa com Bial - Carol Caminha/Gshow

O apresentador Pedro Bial no estúdio de seu novo programa na Globo, o Conversa com Bial

FERNANDA LOPES

Publicado em 30/4/2017 - 8h15

Ao estrear no comando de seu próprio talk show na próxima terça (2), na faixa que foi ocupada por Jô Soares nos últimos 16 anos, Pedro Bial terá atingido o auge do prestígio em sua carreira profissional. O caminho do apresentador até aqui teve coberturas marcantes e discussões relevantes, mas também enfrentou críticas e desafios de alto risco, como em Big Brother Brasil. Em quase 40 anos de Globo, o jornalista revelou seu lado roqueiro, se apresentou barbudo e foi chamado de "filósofo".

Bial começou a carreira na Globo em 1981, após passar em um curso de formação em telejornalismo da emissora. Até chegar ao Conversa com Bial, foi repórter, correspondente internacional, âncora do Fantástico e autor de um estilo peculiar que deu relevância ao BBB. Relembre os pontos mais marcantes do jornalista:

reprodução/globo

Em 1991, Pedro Bial apresentou shows do Rock in Rio 2 nas transmissões da Globo

Rock in Rio
No início da carreira, Bial foi repórter de telejornais da Globo, como o Jornal Hoje e o Globo Repórter. Sobrou para ele também a apresentação dos shows do Rock in Rio 2, em 1991.

De camiseta colorida e com tom descontraído, o jornalista fez comentários sobre o show da banda Guns N' Roses. "É divertido ver como a velha estética dos anos 1960 ainda funciona: cabelos longos, braços tatuados e o erotismo. Prestaram atenção no bumbum do Axl Rose?", ele disse, com uma piscadinha. 

A brincadeira com o roqueiro provocou muitas piadas sobre Bial, como de que ele teria "desmunhecado" ao vivo. Vinte anos depois, em depoimento ao Vídeo Show, deu risada da situação. "Houve uma decisão da direção da Globo de me chamar de Londres para apresentar o Rock in Rio 2. Missão é missão. Vim, falei da bunda do Axl Rose, que foi um comentário que teve muita repercussão", explicou.

reprodução/globo

Barbudo e cabeludo, Bial fazia entrevistas com intimidade e descontração no Globo Repórter

Globo Repórter
Jovem, barbudo e cabeludo, Pedro Bial também fez reportagens aprofundadas em temas de comportamento e sociedade para o Globo Repórter na década de 1980. Aos 25 anos, o jornalista esbanjava informalidade em suas intervenções.

Em uma das edições do programa, sobre o rock brasileiro nos anos 1980, Bial entrevistou a banda Blitz e cantou com Evandro Mesquita (que lhe chamava de "Pedrão") do alto da Pedra do Arpoador, no Rio de Janeiro. Em outro episódio, ele andou de bicicleta com Elba Ramalho na orla da praia e conversou com a intimidade de um amigo, perguntando sobre a beleza das pernas da cantora.

reprodução/globo

O jornalista marcou época com a cobertura da reunificação da Alemanha em 1989 e 1990

Bial correspondente
Após toda a descontração nos primeiros anos de Globo, Bial ganhou a oportunidade de comandar coberturas mais sérias e acabou no centro de um dos acontecimentos mais importantes da história recente, a queda do Muro de Berlim, em 1989. Ele foi correspondente em Londres durante oito anos, de 1988 a 1996. 

A imagem de Bial durante a queda do muro de Berlim, que reunificou a Alemanha e simbolizou o fim da Guerra Fria, até hoje é reprisada na Globo. "Eu costumava dizer: 'Estou dando a maior sorte'. Liguei para a minha mãe e ela disse: 'Sorte não, destino'. Como jornalista, ali foi o apogeu da minha carreira, tive a chance de acompanhar acontecimentos realmente históricos, eu sabia que aquilo ia para os livros de história", disse em entrevista ao Vídeo Show em 2010.

O jornalista também participou das transmissões da Guerra do Golfo (1991) e da Olimpíada de Barcelona (1992).

divulgação/globo

Pedro Bial no estúdio do Fantástico, telejornal que apresentou na Globo de 1996 a 2008 

Fantástico
A estreia de Bial como apresentador aconteceu no Fantástico, em 1996, no lugar de Celso Freitas. Ele comandou a revista eletrônica durante nove anos e dividiu a apresentação com Fátima Bernardes e Glória Maria. De 2002 a 2008, Zeca Camargo o substituía quando ele estava ocupado demais com Big Brother Brasil. 

No Fantástico, o jornalista cometeu uma gafe que irritou grupos de ativismo LGBT e profissionais da dança. Em 1998, durante a exibição de uma reportagem sobre o Ballet Kirov, vazou um áudio ao fundo com o seguinte comentário de Bial: "Isso é coisa de veado". A Globo negou se tratar da voz do jornalista e afirmou que o vazamento não havia ocorrido no estúdio.

divulgação/globo

No estúdio do Big Brother Brasil em 2012; apresentador chamava casa do reality de 'nave-mãe'

Big Brother Brasil
Aos 42 anos, Pedro Bial começou a viver uma grande transformação em sua carreira quando aceitou apresentar o Big Brother Brasil. Na época, em 2002, o programa ainda estava tomando forma, e Bial ajudou a construir o estilo de apresentação e condução do reality. Como "pai" do programa, Bial precisou diversas vezes impor a voz para ser respeitado pelos participantes. Algumas mais ousadas até deram selinho no apresentador ao saírem da casa.

O trabalho de Bial no reality também chegou a ser muito questionado. Os discursos filosóficos do apresentador, com frases e reflexões que ninguém entendia e expressões banalizadas como "guerreiros", "nave-mãe" e "vem curtir aqui fora", viraram piada no país inteiro. O fato de o renomado jornalista também se prestar a comandar um reality show considerado por muitos de baixo nível cultural também foi alvo de crítica durante anos.

reprodução/globo

Na temporada de 2012 de Malhação, Pedro Bial falou sobre sua carreira a Lia (Alice Wegmann)

Bial ator
Fora de telejornais e consagrado como apresentador do BBB, Pedro Bial se entregou de vez ao entretenimento quando aceitou fazer participações bem-humoradas como ele mesmo em produções de teledramaturgia da Globo. Em 2012, ele atuou em Malhação durante uma feira de profissões do colégio, e a personagem Lia (Alice Wegmann) o entrevistou sobre sua carreira.

Já em 2013, Bial anunciou a entrada da personagem Valdirene, de Amor À Vida, no Big Brother. O maior sonho da personagem de Tatá Werneck era participar do programa. Em 2016, ele apareceu na série de terror Supermax como apresentador de um reality show e na novela Haja Coração. Bial gravou o discurso de eliminação da participante Leonora (Ellen Rocche), a ex-BBB da trama. Bial também fez pontas no cinema, como em Desenrola (2011).

raphael Dias/TV Globo

Pedro Bial mediou debates sobre temas controversos no programa Na Moral, de 2012 a 2014

Na Moral
Bial ganhou experiência ao conduzir debates acalorados no Na Moral, programa que teve de 2012 a 2014. Cada episódio da atração tinha um tema, como língua portuguesa, homossexualidade e limites do humor, e vários convidados com opiniões opostas. Brigas chegaram a acontecer no ar, e Bial teve que conter os ânimos nos debates. No final, ele sempre fazia um longo discurso reflexivo para fechar cada edição.

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