JORNAL DAS DEZ
REPRODUÇÃO/GLOBONEWS
Aline Midlej no Jornal da Dez, na GloboNews: âncora critica abordagem de policiais em SP
Aline Midlej quebrou o protocolo e deu sua opinião sobre um caso de violência policial chocante que aconteceu em São Paulo. Na noite de domingo (1º), um PM jogou um homem de 25 anos dentro de um rio na região de Cidade Ademar, zona sul do município. Segundo apurações iniciais, houve uma abordagem a dois homens em uma moto. Após capturarem um deles, o PM atirou o rapaz da ponte.
A âncora do Jornal das Dez, na GloboNews, apontou que a atitude equivocada do PM seria um reflexo do preconceito enraizado na sociedade brasileira. Nesta quarta (4), ela interrompeu a reportagem para analisar a situação. "Esses não são casos isolados, como disse o secretário de Segurança Pública. E não são todos, apenas aqueles que hoje são filmados e divulgados", afirmou.
"Aquele corpo jogado sobre a ponte não é o corpo do Marcelo do Amaral. É mais um corpo preto da periferia, desde sempre desumanizado no Brasil. O desprezo por esses corpos sempre existiu, sejam homens, mulheres ou até crianças. A gente noticia isso aqui para vocês", acrescentou a jornalista.
Desprezo, não por parte de todos os policiais, é claro, mas como parte de uma cultura institucional. Isso não é novo. E é tão, tão triste. Novo é o volume de registros pelo celular, que geram essas imagens incontestáveis.
"Nova é a legitimidade que a polícia paulista parece sentir neste momento. Quando o governador diz que o caso é grave, importante lembrar que ele é o comandante da polícia, ao final. Ele é a mesma autoridade que, quando questionado sobre denúncias de violência policial feitas na ONU, respondeu: 'Tô nem aí'. O que isso comunica para a sociedade que acompanha?", alfinetou a jornalista.
Aline Midlej ainda citou um trecho da canção Ismália, do cantor Emicida. "Existe a pele alva e a pele alvo. Isso tem origens históricas. A gente precisa entender e enfrentar esse tema com sensibilidade. Longe das agendas ideológicas. Todos nós, de alguma forma, seguimos condenados a conviver em uma sociedade violenta e segregada", finalizou a âncora.
Os policiais envolvidos no caso prestaram depoimento na terça (3). De acordo com a reportagem, os 13 agentes envolvidos na operação foram afastados. O homem atirado da ponte caiu em um rio. Ele não morreu, mas seu estado de saúde é desconhecido.
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