Ex-chefe de ficção da Netflix no Brasil assume presidência da TV Cultura

A executiva Maria Angela de Jesus foi eleita, na manhã desta quarta-feira (14), a nova diretora-presidente da Fundação Padre Anchieta, que administra a TV Cultura. Ela é a primeira mulher a assumir o posto nos quase 60 anos da instituição. Antes, a também jornalista trabalhou na HBO e na Netflix, sendo responsável pelo desenvolvimento de séries bem-sucedidas em ambas.

Com 37 votos, ela foi eleita pelo conselho curador da Fundação Padre Anchieta. Estiveram presentes na reunião 42 dos 47 conselheiros, e ela precisava obter o apoio da maioria do Conselho --tendo, portanto, um mínimo de 24 votos.

A nova presidente vai assumir o cargo em 13 de junho para um mandato de três anos. Ela substitui José Roberto Maluf, que passou dois mandatos à frente da instituição, com um regime iniciado em 2019 e que se encerra em 12 de junho.

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Durante o seu tempo como executiva da Netflix, Maria Angela esteve à frente de produções como Coisa Mais Linda (2019-2020) e Bom Dia, Verônica (2020-2024). Ela também liderou as equipes que trabalharam em Sintonia (2019-2025) e De Volta aos 15 (2022-2024), dois dos maiores sucessos da plataforma de streaming no Brasil.

Na HBO, ela ajudou a estabelecer a produção de conteúdo original nacional no canal premium, trabalhando em séries como Mandrake (2005-2007), Filhos do Carnaval (2006-2009), Psi (2014-2019) e Magnífica 70 (2015-2018).

Ainda nesta reunião, Maria Alice Setubal, a Neca, foi eleita presidente do conselho curador da Fundação Padre Anchieta. A socióloga será a segunda mulher a ocupar o posto, já preenchido pela advogada e professora Esther de Figueiredo Ferraz entre 1971 e 1973.

Augusto Rodrigues também foi eleito vice-presidente do Conselho, e Lígia Cortez foi reeleita como secretária da mesa do Conselho Curador. Houve ainda a posse de cinco novos conselheiros --Drauzio Varella, Luciana Temer, Miguel Reale Júnior, Octavio de Barros e Rosane da Silva Borges.

O Notícias da TV apurou que, antes de topar o desafio de presidir a Fundação Padre Anchieta, Maria Angela de Jesus foi informada de que a situação financeira da instituição não é boa --ela sofre com repasses do governo do Estado e, no ano passado, precisou suspender seis de seus programas.