Memória da TV
Reprodução SBT/Globo
Sérgio Mallandro no Oradukapeta, do SBT, e Pedro Cardoso no Cometa Loucura, da Globo
REDAÇÃO
Publicado em 15/3/2017 - 5h28
Há 45 anos, estreava na Globo o Show da Girafa. Diferentemente do que o nome pode sugerir, não era um programa ambientado nas savanas africanas. Tratava-se de uma atração musical cujo nome se justificava pela participação dos "girafistas", pessoas que entravam no Plano da Girafa, um sistema de cupons parecido com o Baú da Felicidade, e tinham direito a sorteios e prêmios. O cantor Roberto Carlos esteve na estreia.
Show da Girafa é um exemplo do que as emissoras de TV podem fazer para chamar a atenção do telespectador, muitas vezes apelando para nomes de duplo sentido, sem nenhum sentido ou simplesmente bizarros.
Além do Show da Girafa, a Globo deixou telespectadores confusos com programas chamados São Paulo Aflito, Não Aperta Senão Eu Grito e Cometa Loucura. No SBT, Silvio Santos investiu no Oradukapeta e no Roletrando. Na Band, Transa Esportiva não tinha nada a ver com a vida sexual de atletas.
Conheça alguns dos programas com nomes mais estranhos da TV:
Divulgação/Globo
Roberto Carlos ao lado de Murilo Néri na estreia do programa Show da Girafa, em 1972
Show da Girafa
A atração, comandada por Murilo Néri e Sandra Bréa, era voltada para brincadeiras e sorteios de prêmios para os "girafistas", que adquiriam cupons do Plano da Girafa. Mas o grande chamativo era o fato de ter convidados musicais de alto nível em suas edições. Na estreia, foram ao programa e participaram das brincadeiras personalidades como Roberto Carlos, Elis Regina, Marília Pêra e Chico Anysio. O programa ficou no ar de fevereiro a dezembro de 1972.
divulgação/globo
A banda Kid Abelha em apresentação no palco do programa Cometa Loucura, da Globo
Cometa Loucura
Com conceito que lembrava espaço, planetas e estrelas, o Cometa Loucura foi ao ar na Globo de março a julho de 1983. O programa de auditório tinha números musicais de grandes nomes dos anos 1980, como Kid Abelha e Blitz. Apresentado por Lauro Corona e Carla Camurati, o Cometa Loucura também tinha apresentações teatrais: Claudia Jimenez interpretava uma vidente que fazia previsões cômicas sobre cantores da MPB, e Pedro Cardoso fazia o papel de um extraterrestre que entrevistava convidados e mostrava, numa "máquina do tempo", imagens divertidas do passado e de um suposto futuro deles.
reprodução/sbt
Sérgio Mallandro com participante do programa infantil Oradukapeta, exibido pelo SBT
Oradukapeta
Nos anos 1980, a TV aberta não tinha tantos problemas com o politicamente corretas e colocava a palavra capeta no título de um programa infantil. Apresentado por Sérgio Mallandro no SBT, de 1987 a 1990, o Oradukapeta fez muito sucesso com as crianças. Além de exibir desenhos animados, foi marcado principalmente pelo quadro A Porta dos Desesperados, no qual a criança participante deveria escolher uma entre três portas. Uma delas dava brinquedos de presente, mas das outras duas saíam monstros, como múmias e gorila, que perseguiam o desafortunado pelo palco.
divulgação/sbt
Em 1992, Silvio Santos começou a apresentar o game show Roletrando: duplo sentido
Roletrando
Em março de 1992, Silvio Santos inventou a palavra Roletrando, de óbvio duplo sentido, para dar nome a seu novo programa. No mesmo formato do Roda a Roda, a atração recebia anônimos que participavam arriscavam a sorte em uma roleta. Grandes marcas eram patrocinadoras do programa, que chegou a ser apresentado também por Gugu Liberato.
divulgação/manchete
Lucinha Lins e Cláudio Tovar, os apresentadores do Lupu Limpin Clapá Topô, da Manchete
Lupu Limpim Clapá Topô
Mesmo após perder Xuxa para a Globo, a extinta TV Manchete manteve o investimento em programação infantil. Em 1987, estreou um programa que tanto crianças quanto adultos tinham dificuldades para pronunciar: Lupu Limpim Clapá Topô, que seriam variações exóticas dos nomes dos apresentadores Lucinha Lins e Cláudio Tovar. A atração não tinha plateia no início; era um teleteatro com exibições de desenhos animados nos intervalos da encenação. O destaque do Lupu Limpim Clapá Topô foi Lucinha Lins ensinando a língua do P, uma brincadeira na hora de falar que fez sucesso entre as crianças. O programa ficou no ar de 1986 a 1987.
reprodução/globo
A atriz Wilza Carla fez sucesso ao interpretar personagem gorda em humorístico da Globo
São Paulo Aflito, Não Aperta Senão Eu Grito
O programa, que estreou na Globo em 1967, era um humorístico com esquetes transmitidos ao vivo. No elenco, havia atores da TV Paulista, comprada por Roberto Marinho em 1965, e da Globo do Rio de Janeiro, que viajavam a São Paulo toda semana para as gravações. Wilza Carla e Roberto Roney faziam um dos quadros preferidos do público, no qual ela, conhecida por interpretar personagens gordas, se sentava no colo do ator enquanto ele tentava ler jornal.
reprodução/band
O empresário e jornalista J. Hawilla, que nos anos 1970 apresentou Transa Esportiva na Band
Transa Esportiva
A palavra do título nada tinha a ver com a vida sexual dos atletas. Transa Esportiva foi um programa jornalístico da Band dos anos 1970 que atualizava o telespectador sobre novidades do esporte. "Transa" era uma gíria da época, usada com diferentes contextos e significados. A atração era apresentada por J. Hawilla e Alexandre Santos.
reprodução manchete
O comediante Agildo Ribeiro no Cabaré do Barata, programa que apresentava na Manchete
Cabaré do Barata
Exibido pela Manchete em 1989, o Cabaré do Barata recebeu esse título em referência ao sobrenome do apresentador: Agildo da Gama Barata Ribeiro Filho, o comediante Agildo Ribeiro. No programa, ele fazia humor ao dialogar com fantoches de políticos muito influentes na época, como Paulo Maluf, Fernando Collor, Ulysses Guimarães e Luiz Inácio Lula da Silva, no quadro Escolinha para Presidenciáveis.
divulgação/Band
O elenco do ZYB Bom, programa da Manchete nos anos 1980, com Rodrigo Faro ao centro
ZYB Bom
Muito antes de se tornar um apresentador de sucesso, Rodrigo Faro participou de um programa que tinha um nome que pouca gente entendia ou sabia pronunciar corretamente: ZYB Bom (lê-se Zê-Ípsilon-Bem-Bom). As consoantes eram uma referência ao prefixo de uma emissora de rádio. O programa ia ao ar após a TV Fofão, na Band, e tinha, além de desenhos, quadros com crianças da plateia, conselhos educativos e videoclipes. Faro dividia a apresentação com outras cinco crianças, entre elas Aretha Marcos e Rafael Vanucci (filhos da cantora Vanusa). ZYB Bom ficou no ar de julho de 1987 a dezembro de 1988.
reprodução/mtv
João Gordo no comando de seu primeiro programa na MTV, um game show vespertino
Garganta e Torcicolo no Paraíso das Ovelhinhas
A MTV teve uma série de atrações com nomes inusitados, mas um deles foi criado com a intenção de parecer bizarro mesmo: Garganta e Torcicolo no Paraíso das Ovelhinhas. Exibido de 1997 a 1998, foi o primeiro programa apresentado por João Gordo no canal. Tratava-se de um game show em que o público participava por telefone e podia controlar as ações de seus personagens (os monstros Garganta e Torcicolo do título, além das ovelhas Giselda e Araci) pelas teclas do aparelho.
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