MEMÓRIA DA TV
Reprodução/Viva
Kadu Moliterno e André De Biase falam sobre Armação Ilimitada em série do Viva
FERNANDA LOPES
Publicado em 8/1/2017 - 7h32
O ator André de Biase, um dos protagonistas da série Armação Ilimitada (1985-1988), ouve frequentemente a mesma abordagem dos fãs: "Você era o Juba ou o Lula?". Ao lado de seu amigo e parceiro de cena Kadu Moliterno, ele participa neste domingo (8) da nova série do canal Viva, chamada Os Anos 80 Estão de Volta. Em depoimento sobre a atração que marcou a carreira dos dois, fenômeno entre jovens 30 anos atrás, eles falam sobre a relação íntima que tinham com os personagens surfistas.
"Não tinha personagem. O Juba era eu mesmo [Moliterno] e o Lula era ele [De Biase]. Às vezes vinha o texto e ele falava: 'Pô, Kadu, não consigo dar essa fala'. E eu respondia: 'Eu falo essa e você fala a minha'. Por isso que as personalidades se confundem, o [nosso] espírito era o mesmo", afirma Moliterno no programa.
Moliterno, 64 anos, e De Biase, 60, se conhecem há mais de 35 anos, mas mantêm a amizade como se fossem adolescentes. Os dois se divertem ao relembrarem como ofereceram a ideia de Armação Ilimitada ao diretor Daniel Filho e como ele sugeriu o nome do programa.
"A gente se conheceu dentro d'água [no mar]. Kadu falou: 'Você não fez [ o filme] Menino do Rio? Vamos conversar'. A gente foi para a areia e, depois de uma sessão de surfe, começamos a conversar sobre fazer um programa juntos", conta De Biase.
"Fizemos uma reunião de cabeças jovens da época, cada um foi dando seu palpite e surgiu o Armação", explica Moliterno. [Nas reuniões] Eu e Kadu ficávamos de boné, cochichando, e falamos: 'A gente queria fazer a abertura do programa no Havaí, depois outro pedaço na Indonésia, em Bali'. Aí Daniel Filho foi ao banheiro, voltou e falou: 'Já tenho o nome. Isso é uma armação ilimitada, vocês querem fazer esse programa só para pegar onda'", revela De Biase, aos risos.
Armação Ilimitada foi uma série inovadora nos anos 1980. Exibida às 21h de segunda a sexta, contava a história dos melhores amigos Juba e Lula, que tinham uma pequena empresa de prestação de serviços e namoravam a mesma mulher (interpretada por Andréa Beltrão).
"Chamamos o Guel Arraes para ser diretor, e ele deu a linguagem visual moderna, usava câmera rápida e lenta, tinha humor, ironia. Tinha toda uma coisa pop ali. Foi um escândalo, passava em horário nobre. As pessoas não entenderam nada, os jovens deliraram. Foi um absurdo o programa", declara Nelson Motta no programa do Viva.
Kadu Moliterno, Andréa Beltrão e André De Biase: o triângulo amoroso de Armação Ilimitada
Novos rumos
Para De Biase, apenas relembrar Armação Ilimitada em uma série do Viva não é suficiente. Ele afirma que já tem metade dos recursos captados para rodar o filme A Última Aventura, sobre Juba e Lula nos dias de hoje.
"Tenho o roteiro pronto, com ação, aventura e humor de situação. É como se [o filme] fechasse um ciclo, parece que não se fechou ainda. É a história de dois amigos que não se veem há 30 anos, e um deles, em grande dificuldade, procura o outro, que está bem-sucedido", revela.
Sessentão, ele afirma que está muito bem de saúde e, depois de levar 2016 como um ano sabático, tem energia para tocar novos projetos em 2017. "Estou com vontade de fazer um trabalho novo na televisão. A gente sente saudades. Eu tenho atuado mais por trás das câmeras, estou trabalhando no texto de uma série nova para TV paga. Mas está na hora de eu fazer algo na Globo", diz.
divulgação/multishow
André De Biase e Kadu Moliterno no set de gravação do programa Vai Que Cola, do Multishow
Com 36 anos de carreira na televisão, De Biase passou por produções como Elas por Elas (1982), Partido Alto (1984) e Malhação (2001-2006), na Globo, e Os Mutantes (2008) e Vitória (2014), na Record.
A nostalgia esteve muito presente na última participação dele na TV: em Vai Que Cola (2015), do Multishow, atuou em cenas cômicas ao lado de Kadu Moliterno. De Biase se orgulha de ser lembrado até hoje como Lula (ou seria Juba?), e é um grande entusiasta dos anos 1980.
"Foi uma década mágica, muito importante para a música e para a teledramaturgia. As pessoas eram mais leves, mais descomprometidas. Acho que era uma época muito mais inocente. Hoje o mundo está se complicando, tem muita gente ansiosa por consumir, por ter uma carreira. Naquela época tudo era mais fácil", conclui.
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