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TV educativa

Série policial ajuda a combater a cultura do estupro, diz estudo

Divulgação/CBS/NBC

Mark Harmon em NCIS (à esq.), Mariska Hargitay em Law & Order: SVU e Ted Danson em CSI - Divulgação/CBS/NBC

Mark Harmon em NCIS (à esq.), Mariska Hargitay em Law & Order: SVU e Ted Danson em CSI

REDAÇÃO

Publicado em 10/12/2016 - 6h59

A TV tem o poder de reforçar a cultura do estupro ao mostrar a vítima como culpada pelo crime. A constatação é da pesquisadora norte-americana Stacey Hust, especializada em comunicação, em artigo publicado na edição desta semana da revista The Hollywood Reporter. Stacey e sua equipe avaliaram todas as séries policiais exibidas nos Estados Unidos entre 2015 e 2016 para entender como o estupro é abordado nas atrações.

"Descobrimos que os telespectadores de Law & Order [Special Victims Unit] têm uma percepção melhor das consequências de um estupro. Eles demonstram boas atitudes ao recusarem sexo sem consentimento e tentam conquistar o 'sim' do parceiro antes de uma relação sexual", conclui.

Para Stacey, isso ocorre por um motivo: quando Law & Order aborda um estupro, vai até o fim do caso, da perseguição policial ao julgamento do criminoso, que na maioria das vezes é fichado como culpado.

Em outras séries, a abordagem e o efeito educativo são diferentes. "Em CSI, por exemplo, a narrativa foca apenas na investigação do crime e não em quem o cometeu", continua a pesquisadora. "O mesmo se dá em NCIS, que foca apenas em crimes praticados na Marinha [norte-americana]".

Somente neste ano, 55% dos episódios de Law & Order: SVU (Universal Channel) trataram de estupro. Os crimes foram abordados dos mais diferentes pontos de vista: homem que disse ter feito sexo consensual com uma menina; modelo que acusou fotógrafo de assediá-la; homem que disse ter sido atacado por agente penitenciário, entre outros.

Mariska Hargitay e Joe Biden em episódio de Law & Order

O vice-presidente norte-americano Joe Biden fez uma participação na série como ele mesmo. O político discursou a favor das vítimas de estupro, anunciou medidas para facilitar a criminalização de acusados e afirmou que o ato é "a maior forma de demonstrar abuso de poder."

Ver o criminoso punido, segundo Stacey, faz com que o telespectador de Law & Order procure evitar passar por aquilo na vida real. Ela reforça que a série enfatiza o conceito de que qualquer pessoa, mesmo prostitutas, tem o direito de recusar sexo. "O público de Law & Order se sente mais empoderado [e propenso] a fazer a mesma recusa no dia a dia", comenta.

Stacey Hust foi convidada para escrever o artigo na edição anual da Hollywood Reporter sobre o poder e a representatividade da mulher no mundo do entretenimento. Em 2015, a professora da Universidade Estadual de Washington publicou um estudo justamente sobre como os telespectadores reagem ao assistirem histórias de estupro na TV.


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