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VADE RETRO

Na estreia como protagonista, Monica Iozzi sofre com frio nas gravações

Ramón Vasconcellos/TV Globo

Monica Iozzi e Tony Ramos gravam cena de Vade Retro na Serra do Mar, Estado de São Paulo - Ramón Vasconcellos/TV Globo

Monica Iozzi e Tony Ramos gravam cena de Vade Retro na Serra do Mar, Estado de São Paulo

FERNANDA LOPES

Publicado em 19/4/2017 - 5h28

Nas primeiras cenas que gravou para a série Vade Retro, que estreia nesta quinta (20), Monica Iozzi teve que lidar com um desafio além de seu controle: o frio. As gravações começaram em junho do ano passado, em um dia gelado e numa locação úmida na Serra do Mar, no caminho de São Paulo para Santos. Com um vestido fino e sensação térmica de zero grau, Monica penou para dizer, ao lado de Tony Ramos, o texto de sua primeira protagonista na Globo.

"Foi muito sofrido. A gente foi fazer uma cena em que Abel [Tony Ramos] convida Celeste para um jantar e eles vão dar uma volta de carro, vão num mirante. Eu estava com esse bendito vestidinho fininho, sem nada. Estava muito frio e ventando, a ponto de a gente estar em pé e balançar com a força do vento. Eu não tremia a boca na hora de falar o texto, não sei como. Mas eu falava o texto e voltava a tremer", conta.

Mesmo com os percalços, a atriz de 35 anos não se cansa de dizer que está realizando um sonho com o novo trabalho. Depois do sucesso na apresentação debochada que fez no Vídeo Show, de abril de 2015 a fevereiro de 2016, ela desejava exercer a profissão de atriz, para a qual se formou na faculdade. Sem modéstia e cheia de euforia, conta com orgulho como foi convidada para interpretar o papel de Celeste.

"Maurinho [o diretor Mauro Mendonça Filho] tinha pensado em mim. Ele foi para a reunião com a Fernanda [Young] e o Alexandre [Machado] e ia sugerir o meu nome. Aí, quem que a Fernanda sugere? Eu! Então houve uma sincronicidade, um cosmos que caminhou para isso", relata, com tom quase infantil na voz.

A personagem que o diretor e os autores escolheram para Monica também tem inocência e pureza típicas de criança. Celeste é uma moça muito correta, bem educada, que foi beijada pelo papa na infância. Ela chama a atenção de Abel Zebu, o diabo em pessoa, que quer se aproveitar da boa índole da jovem para usá-la em experimentos malignos.

Com a personagem, Monica consegue passar para o público um pouco do humor e da imagem de moça desastrada que tinha em seus trabalhos mais voltados para a comédia, como suas brincadeiras no Vídeo Show e no CQC (2009-2013). Mas ela jura que tem quase nada a ver com Celeste, que nega se tratar de uma mocinha clássica.

"Eu acho que a única coisa que a gente tem de parecido é que a Celeste não desconfia das pessoas, ela realmente tem um coração bom. Sempre dá um voto de confiança, prefere se decepcionar do que viver desconfiando de todo mundo. Mas esse lugar que a série discute, da briga entre o bem e o mal, acho que não é tão maniqueísta. Todos os personagens são muito ambíguos, têm um lado bom e um lado mentiroso [por exemplo]. Não tem o vilão ou a mocinha", afirma.

ramón Vasconcellos/TV Globo

O ator Tony Ramos interpreta um diabo sedutor e nefasto na série Vade Retro, da Globo

O bem, o mal e o risível
A ideia de fazer uma série que lidasse com a oposição entre bem e mal surgiu após uma experiência traumática do autor Alexandre Machado no Rio de Janeiro, durante a Copa do Mundo de 2014.

"Ele foi a uma reunião, e a Globo o colocou num hotel. Tinha argentinos nesse hotel, e ele passou a madrugada inteira acordado com [o barulho dos] argentinos na algazarra. E aí Alexandre teve essa ideia, de que o diabo existe. Isso só poderia ser criação dele. Quis fazer um programa de comédia sobre ações maliciosas do dia dia", explica Fernanda Young.

Enquanto Monica Iozzi representa o bem e a ingenuidade, o personagem de Tony Ramos é a essência de todo o mal. Abel Zebu é um empresário e palestrante que exalta em seus discursos vários sentimentos ruins, como medo, luxúria e inveja.

Fernanda e o diretor Mauro Mendonça Filho afirmam que não pretendem fazer apologia ao diabo nem assustar os mais temerosos à figura dele nos episódios. Para os autores, Vade Retro toca em pontos religiosos com respeito e tem a intenção de fazer o público rir da maldade.

"Questões de Deus e o diabo são absolutamente universais, atravessaram o tempo. A gente falava para o Tony que ele não seria o diabinho camarada, mas uma figura nefasta, sedutora. É muito além do conservadorismo [religioso], tem que dialogar com esse conservadorismo, tem que ser divertido para ele. A gente fez com muito respeito e sem medo nenhum [de represálias]", explica o diretor.

"A pessoa que é má, que atua na maldade, ela é ridícula. Ela tem uma empáfia, se acha detentora de um poder... Por isso mesmo é risível. Acho que a comédia é um recurso muito bem-vindo para a gente refletir sobre questões que devem ser pensadas. O diabo é risível, a carola é risível. O texto foi feito com a intenção de fazer rir e rir de si próprio. A identificação através do ridículo é redentora", diz a autora.

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