Vilões excelentes e mocinha sumida: O que deu certo e errado em Garota do Momento

Garota do Momento chega ao fim nesta sexta (27), depois de oito meses na programação diária da Globo. A novela das seis conseguiu gerar muita repercussão nas redes sociais e conquistar o público com personagens carismáticos, um núcleo familiar muito interessante e atuações excelentes, mas teve também reclamações do público e tramas sem muita graça.

De maneira geral, o folhetim teve muito mais pontos positivos do que negativos. Foi o que pode ser chamado de novelão; trama bem redondinha, bastante melodrama, maldades, romances, reviravoltas e revelações. Uma das melhores novelas das seis da década.

No entanto, ao longo de sua trajetória, Garota do Momento priorizou alguns personagens em detrimento de outros. A mocinha chegou a ficar em segundo plano, e cenas relacionadas a patos ganharam espaço demais.

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Relembre aspectos que funcionaram bem e outros que nem tanto em Garota do Momento:

Trama redondinha

Desde o início, a novela trouxe uma história muito bem amarrada. O assassinato de Valéria (Julia Stockler) e o fato de Clarice (Carol Castro) ser dopada e enganada foram muito bem construídos em todos os detalhes. Desta forma, as descobertas, investigações e revelações foram acontecendo pouco a pouco, sem furos. A novela conseguiu oferecer novidades e viradas constantes e interessantes ao longo dos oito meses de exibição.

O que parecia ter sido uma barriga, um desvio na história para enrolar o telespectador --a prisão de Beatriz (Duda Santos) por conta do roubo do colar-- no fim fez sentido na história e teve bons desdobramentos e emoção. Apesar de ser uma novela longa para os padrões atuais, com 203 capítulos no total, Garota do Momento teve assunto para preencher todo este tempo.

Esquadrão de vilões

Para manter a trama ao longo destes meses, era preciso mesmo ter vilões de qualidade, empenhados sempre nas piores intenções e com inteligência para desempenhar suas maldades. Isso Garota do Momento entregou com maestria.

O esquadrão formado por Maristela (Lilia Cabral), Juliano (Fabio Assunção), Bia (Maisa), Zélia (Leticia Colin) e por vezes até Basílio (Cauê Campos) e Ronaldo (João Vitor Silva) foi muito interessante e competente.

Eles tinham suas nuances, representavam diferentes tipos de vilania e de objetivos, portanto proporcionaram ao público diversas vertentes de pilantragem. Além de tudo, tiveram carisma e humor, principalmente Zélia --cuja morte deixou o público arrasado.

A família Sobral

Esta família não começou a novela muito unida, mas foi de fato muito ouriçada ao longo de sua trajetória. As dinâmicas dos personagens Raimundo (Danton Mello), Ronaldo, Celeste (Debora Ozório), Beto (Pedro Novaes) e Lígia (Palomma Duarte) geraram boas cenas, boas tramas, bons confrontos e boas discussões. Tanto que há muita gente nas redes sociais pedindo um spin-off (uma produção separada, derivada da novela) só com a grande família Sobral.

Atuações excelentes

A novela não teria dado tão certo se não fossem as atuações excelentes de todo o elenco. Os destaques mais comentados são os de Leticia Colin, Cauê Campos e Carol Castro, que arrasaram como Zélia, Basílio e Clarice. Também chamaram a atenção as performances de Pedro Novaes como Beto e Duda Santos como Beatriz. Os jovens atores seguraram bem os papéis principais e conquistaram os corações dos telespectadores.

Todo o elenco jovem, aliás, demonstrou muito talento e boa química em cena. Destacaram-se muito positivamente atores como João Vitor Silva, Gabriel Milane, Klara Castanho e Pedro Goifman.

Maisa, que começou a novela com críticas por sua atuação como a vilãzinha, cresceu na história e em sua performance, e chegou ao final impecável. Outro vilão, Felipe Abib foi uma escolha muito acertada para o papel de Nelson, assim como Eduardo Sterblitch brilhou na pele de Alfredo.

Homenagens à TV brasileira

No ano em que a Globo completou 60 anos, a novela mandou bem na iniciativa de fazer referências e homenagens à história da TV dentro do Alfredo Honório Show. Foram divertidas, inteligentes e bem feitas as cenas que remeteram a programas como o Mais Você e o Xou da Xuxa (1986-1992).

Patos demais

Por outro lado, as tramas relacionadas a Alfredo e Jacira (Flávia Reis) por vezes foram um tanto sem graça e ocuparam tempo demais do telespectador. A entrada do Pato João, que fez transição de gênero e se transformou em Pata Paty, até foi divertida nos primeiros momentos, mas se tornou um tanto maçante ao longo dos capítulos --ainda assim, foi melhor do que a chatíssima trama de Sérgio (Sergio Kaufmann) com voz de pato.

É compreensível que estes personagens tivessem cenas sem-noção, por se tratarem do núcleo de humor. Mas algumas dessas tramas foram pura bobagem e roubaram espaço de histórias mais interessantes.

Mocinha sumida

Com tantas reviravoltas e tramoias dos vilões, houve semanas em que o foco estava primordialmente neles, ou até mesmo em Clarice, o que fez com que Beatriz ficasse apagada e até sumida em alguns pontos da novela --como, por exemplo, as semanas em que Bia se casou com Beto, descobriu ser filha de Juliano e Valéria, foi para o hospital, passou por cirurgia, Clarice foi para o manicômio, etc. Muita gente reclamou que a própria mocinha estava em segundo plano na novela e que Bia estava sendo privilegiada demais.

Leia também -> Resumo dos próximos capítulos da novela Garota do Momento.

Garota do Momento exibe seu último capítulo nesta sexta-feira (27). A novela das seis será substituída por Êta Mundo Melhor!, continuação de Êta Mundo Bom! (2016), na próxima segunda (30).

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