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NOVELA DO COTIDIANO

O número de História de Amor que hoje virou um mistério dentro da Globo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

A atriz Carolina Ferraz como Paula em cena de História de Amor

Paula (Carolina Ferraz) em História de Amor; novela mostrou potencial para crescer no Ibope

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 17/2/2025 - 6h10

Um primeiro capítulo como o de História de Amor, que voltou ao ar na segunda (10) na faixa de edições especiais, provavelmente não seria aprovado hoje pela Globo. Afinal, o folhetim de Manoel Carlos passa longe do ritmo frenético para imitar as séries e dá maior valor aos longos diálogos do que a cenas com ação vertiginosa. A reprise é praticamente uma antítese de Mania de Você --até mesmo no Ibope, em que se mostrou bastante promissora.

Como o Notícias da TV mostrou, a reprise alcançou 13,9 pontos na Grande São Paulo, superando o início das reapresentações de O Cravo e a Rosa (10,2), Mulheres de Areia (12,8), Cheias de Charme (13,4) e Cabocla (11,0). A reestreia só ficou atrás de Chocolate com Pimenta, com 16,0 de média.

A produção ainda mostrou força com resultados expressivos ao longo de sua primeira, com 12,7 pontos na terça (11); 13,6 na quarta (10); e 12,5 na quinta (13).

O bom número acabou levantando uma questão: como uma história que vai contra praticamente todas as atuais regras --ou recomendações-- das novelas da Globo foi tão bem de audiência? A resposta vai muito além da dobradinha com Cabocla, que chega ao fim nesta sexta (14).

Helena (Regina Duarte) não precisou jogar de um helicóptero durante uma tempestade como já fez Viola (Gabz) para chamar a atenção do público. Pelo contrário, o grande desafio da protagonista foi provar uma melancia em uma feira livre. Como diria Cissa Guimarães no auge do Vídeo Show (1983-2019), ela é "gente como a gente".

O grande trunfo de Manoel Carlos é justamente não tentar "reinventar a roda" como o autor João Emanuel Carneiro sempre tenta com as suas novelas. Até deu certo em Avenida Brasil (2012), mas a produção cada vez mais parece uma exceção à regra.

Maneco talvez tenha sido o maior entusiasta ou até defensor do folhetim em si dentro da Globo, buscando lá no século 18 aquela essência da história que se mistura com as notícias dentro do jornal. História de Amor tem potencial de aumentar a audiência na faixa justamente porque cria um vínculo com o espectador, o faz abrir espaço no seu cotidiano para acompanhar aquela narrativa.

A concorrência com streaming deixa cada vez mais claro que esse é o maior potencial das novelas para segurar o telespectador em frente à TV aberta. E não as reviravoltas rocambolescas de Mania de Você. A telenovela parte da cumplicidade, de se inserir na temporalidade do seu público. É um fruto do cotidiano.

Não à toa, o grande acontecimento do primeiro capítulo de História de Amor é justamente Carlos Alberto (José Mayer) deixar Paula (Carolina Ferraz) plantada no altar para socorrer Joyce (Carla Marins). Uma história que poderia acontecer com qualquer espectador e que, no máximo, renderia uma notinha no telejornal local.

Um médico que vira herói, uma grávida que luta para não perder o bebê, uma noiva abandonada no altar. Os mais críticos poderiam dizer que trata-se de um "festival de lugares-comuns", mas não seria a novela justamente feita de clichês? Ou melhor, de quem souber melhor utilizá-los em sua história. E Manoel Carlos sempre soube.


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