Dondoca, fura-olho...
Reprodução/TV Globo
A atriz Bruna Marquezine na pele de Luiza em cena da novela das nove da Globo, Em Família
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 19/5/2014 - 19h23
Atualizado em 20/5/2014 - 6h38
A personagem de Bruna Marquezine na novela Em Família, da Globo, é a mais nova integrante da lista das mais chatas do autor Manoel Carlos. Ela se junta a Camila (Carolina Dieckmann), de Laços de Família (2000), Eduarda (Gabriela Duarte), de Por Amor (1997), e Joyce (Carla Marins), de História de Amor (1995).
Mimada, chata, dondoca e fura-olho são os termos mais leves usados pelos telespectadores ao se referirem a Luiza. Nas redes sociais, o tapa na cara que ela levou da mãe, Helena (Julia Lemmertz), na semana passada, foi comemorado comemorado efusivamente.
Para Nilson Xavier, especialista em teledramaturgia e colunista do UOL, a jovem não é uma vilã. “A menina mimada e chata é recorrente nas tramas de Manoel Carlos. Ela é uma personagem humana, só que intransigente, arrogante e dona da verdade. Lídia Brondi tinha esse perfil em Baila Comigo [1981]”, lembra Xavier.
Carolina Dieckmann (Camila) e Vera Fisher (Helena): mãe e filha em Laços de Família (Divulgação/TV Globo)
A lista das chatas e mimadas conta ainda com Iris (Deborah Secco) em Laços de Família; Dóris (Regiane Alves) em Mulheres Apaixonadas (2003); e Isabel (Adriana Birolli) em Viver a Vida (2009). “Difícil eleger a pior. Fizeram até o site Eu Odeio a Eduarda na época de Por Amor, mas isso chamou muito a atenção na época porque a internet ainda era novidade. Se eu tivesse que eleger uma, seria a Dóris porque ela maltratava os avós e todo mundo vibrou quando ela levou uma surra de cinto”, comenta Xavier.
Caminho inverso
Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia pela USP (Universidade de São Paulo) e membro da Academia Internacional de Artes e Ciências da Televisão de Nova York (Emmy), afirma que o fato de o comportamento de Luiza gerar críticas nas redes sociais mostra que a personagem, por um caminho inverso, o do desequilíbrio, caiu no gosto do público. “Muitas vezes o desconforto não significa o desagrado. Mas o quanto, na arte, o conflito em questão é importante para iluminar as mazelas humanas presentes na realidade. Aí reside o sucesso e a importância da nossa telenovela”, observa Alencar.
Gabriela Duarte (Eduarda) e Regina Duarte (Helena) em cena da novela Por Amor (Divlugação/TV Globo)
O especialista diz que Luiza está presente para desestabilizar (ainda mais) o percurso de Helena. “Qual relação familiar, particularmente em se tratando de mãe e filha, transcorre em águas serenas? Sendo a novela uma criação com base psicossocial, é altamente satisfatório o conflito armado por Manoel Carlos”, diz Alencar.
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