RODRIGO FAGUNDES
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Gigi (Rodrigo Fagundes) em Volta por Cima; ator falou sobre os novos passos do personagem
Gigi (Rodrigo Fagundes) tem ganhado mais destaque em Volta por Cima desde o início deste ano. Ele não só resolveu o mistério sobre a riqueza de Sebastian (Fabio Lago), como ainda descobriu ser filho de Belisa (Betty Faria). O ator Rodrigo Fagundes está muito satisfeito com os rumos de seu personagem e revela que a novela ainda abordará diferentes questões ligadas ao relacionamento amoroso dele com Bernardo (Bruno Fagundes).
Nos primeiros meses do folhetim, houve quem criticasse o fato de Gigi não ter "luz própria" na história. O personagem orbitava mais entre as tramas de Joyce (Drica Moraes), Belisa e Roxelle (Isadora Cruz), chamado nas redes sociais de "gay chaveirinho" --apelido pejorativo usado para caracterizar homens homossexuais que vivem grudados em amigas mulheres.
Fagundes afirma que sempre soube que a história de Gigi começaria a crescer a partir do capítulo 80. Agora, ele não só está desbravando o mundo da contravenção como terá também seu romance com Bernardo mais explorado na novela.
O ator torce por um beijo entre os personagens, mas acha que a representação de uma relação homoafetiva na produção vai além disso. "A gente tá aí, não tá fazendo nada pra ofender ninguém, muito pelo contrário. A gente existe e tá fazendo [a novela] muito com o coração. Tá mostrando dois homens gays, que já são situados no mundo, mas têm essa solidão e estão tentando se encontrar", diz.
Confira a entrevista com o ator Rodrigo Fagundes, o Gigi de Volta por Cima:
NOTÍCIAS DA TV - Como tem sido sua experiência ao interpretar Gigi em Volta por Cima? Como você enxerga a evolução do personagem?
RODRIGO FAGUNDES: Interpretar Gigi tem sido um dos melhores presentes, senão o melhor presente que já ganhei no audiovisual. Eu tô apaixonado por ele desde a sinopse, e a cada desenvolvimento eu vou ficando mais empolgado. A Claudia [Souto, autora] e a direção vão me permitindo explorar muitas camadas dele. De ser mimado, inconsequente, estar amadurecendo, agora estar tomando porrada da vida.
De estar se apaixonando e não entender direito este sentimento por ter sempre objetificado os homens de alguma forma. Ele sempre fala que o coração dele é fechado, mas agora com o Bernardo ele tá revendo muitas coisas. Tá sendo muito desafiador, muito gratificante pra mim como ator dar vida a um personagem que tem muita relevância na história e na vida das pessoas.
Eu já sabia que a história do Gigi começaria mais ou menos a partir do capítulo 70, 80; foi engrenando depois quando ele começa a descobrir o dinheiro do Sebastian. E a partir dali foi conhecer o Bernardo e agora descobrir que é filho da Belisa. As consequências do que acontece com ele começaram agora. Eu tô muito feliz com o elenco, a direção, o texto. Gigi vai ficar na minha vida pra sempre e eu torço muito por ele. Vai ser muito triste quando acabar.
O que diria que é o maior desafio para interpretar o personagem, algo que este trabalho te trouxe de novo, de diferente, que ainda não havia feito ou explorado tanto em trabalhos anteriores?
O mais difícil de interpretar no Gigi é acreditar nessa liberdade dele. Ele tem uma liberdade que eu demorei a ter na minha vida. Ele é impetuoso, para o bem e para o mal. Ele fala coisas meio absurdas, ao mesmo tempo faz o que ele quer. Ele é um pouco sem noção, mas isso vai a favor dele, traz muito da personalidade dele. Eu acho que ele é um cara íntegro, mas é um cara interesseiro também, teve a vida inteira privilégios, ele quer conforto.
Essa liberdade que o Gigi tem é uma coisa que eu demorei um pouco a entender. Eu pensei tenho que fazer ele sem o menor pudor, sem me criticar. Eu entro ali quando vou gravar e penso: 'Gigi é livre, não tem amarras'. Por mais que ele tome umas bordoadas, ele é forte, é mais forte do que eu.
Então eu tento vê-lo como se fosse eu multiplicado ao cubo. A coragem que o Gigi tem eu tento ter na minha vida. Tenho aprendido muito com ele a me colocar, a talvez não me calar tanto pras coisas, como eu fazia.
Gigi teve uma virada agora, ao descobrir que é filho de Belisa e Rodolfo. Houve críticas, nos primeiros meses, de que ele seria um gay chaveirinho, que ficava sempre pendurado nas tramas da Roxelle ou da Joyce. Como você vê essa mudança do personagem e o que podemos esperar dessa nova fase?
Eu já sabia que ele não seria essa coisa do chaveirinho, da bicha de estimação. Ele tem uma história dele, que ia começar mais pra frente. Às vezes Gigi respondia mais às tramas da Joyce, de a família não ter dinheiro. Era uma vida mais fútil, no início da novela ele tem uns momentos engraçados e tal, mostra que ele passa uns perrengues, é roubado, mas não tinha muita consequência ainda.
A autora é incrível nisso, a cada hora alguém vai ter um momento na novela, ela nunca deixa ninguém abandonado. Ela tem um cuidado com os personagens que é admirável. Fico feliz de saber que o Gigi tá tendo esse momento. E vai ter muito mais, ele vai ficar meio seduzido com aquele mundo ali [da contravenção]. Mas acho que uma hora talvez ele se assuste, ele não está acostumado com aquele mundo. E o Gerson talvez seja o grande muro que vai bater na frente dele.
Espero que isso faça com que o personagem tenha mais cenas desafiadoras, já tá tendo. E também com o personagem do Bruno [Fagundes], o Bernardo. A gente tá fazendo uma coisa tão mocinho de novela, de se apaixonar, de quase rolar e não rolar. Isso tem tido uma repercussão na rua que vocês não acreditam.
Um dia fui com o Bruno pra quadra do Salgueiro com a Viviane Araujo, e as pessoas ficaram agarrando a gente, falando que a gente tinha que ficar junto, que a gente era lindo. Um público de senhoras, dos próprios gays, de homens [héteros].
É muito importante a gente normalizar os afetos. A gente existe, a gente tá aí, não tá fazendo nada pra ofender ninguém, muito pelo contrário. A gente existe e tá fazendo muito com o coração. Tá mostrando dois homens gays, que já são situados no mundo, mas têm essa solidão e estão tentando se encontrar. Tá sendo muito bonito a maneira como tá sendo construído. Tô muito feliz desse caminho que Gigi tá trilhando.
Gigi tem a questão com o Bernardo também, o cara de quem ele gosta mas diz que não quer se apaixonar. O que você pensa sobre isso, torce pra ele formar casal, pra ter pelo menos um beijo entre os dois (ou entre Gigi e outra pessoa) na novela?
Tô apaixonado por essa trama do Gigi e do Bernardo. Conheci o Bruno em Cara e Coragem (2022), o amo muito, ele é meu amigo, empreendedor, talentosíssimo, bonito. Mais do que ter um beijo dos dois ou não, que espero que tenha, é uma consequência de uma vontade, de um sentimento bonito. Torço pra que tenha tudo isso.
Mas uma coisa que a gente tá discutindo na novela é que o Gigi em algum momento vai sentir um pouco a diferença de idade deles, de o Bernardo ser mais padrão e Gigi não ser. Essa abordagem vai ter na novela. Achei isso incrível, dá para as pessoas se relacionarem mais ainda. Gigi vai ficar tipo: 'será que estou gostando dele mesmo, mas ele é mais novo do que eu, ele é lindo, não que eu não seja, mas não sei o que'. Tem questões, mas ele vai descobrir que tá apaixonado pelo Bernardo, e o Bernardo por ele.
Eu e o Bruno, a gente morre de rir e a gente tá feliz. Tive essa sorte de ter um colega de cena que é um amigo, com quem eu posso jogar, pular, que eu sei que não vou me esborrachar. Muito pelo contrário, vou voar. A gente tá voando junto.
Alguma cena de Gigi foi mais marcante pra você?
Uma cena desafiadora foi quando ele descobriu as coisas do Sebastian. Foi uma cena com Fabio Lago, que é outro presente dessa novela. Foi uma cena que a gente se preparou muito, ficou muito concentrado. Foi a primeira cena mais dramática que eu fiz nessa novela.
As cenas dos primeiros capítulos, do Gigi no ônibus [que quase caiu de um viaduto] foram bem bacanas, mostravam a comédia através da tragédia. Eu busco o humor do Gigi através da desgraça que ele vive. Vejo muito drama na comédia e muita comédia no drama.
E [marcaram também] essas cenas da revelação que ele é filho da Belisa, que foram um desafio muito grande. A repercussão dessa história de ser filho da Belisa me trouxe momentos muito importantes de drama na novela, e eu fiquei muito feliz de fazer e de dividir a cena com essas pessoas que são parceiras.
Como tem sido a repercussão do público com você, o que as pessoas te falam nas ruas, redes sociais?
Eu tô encantado. Fui à quadra do salgueiro, tirei 300 fotos. Fui ao shopping, as pessoas me chamaram de Gigi. Eu escuto muito ainda a coisa do [bordão] 'olha a faca', do Patrick, que foi um personagem muito forte na minha vida, era do Zorra. E do Nelito de Pega Pega (2017). Mas o Gigi veio forte desde a primeira semana.
É muita gente que vê a novela mesmo, que para pra perguntar e contar coisa do capítulo. Então as pessoas torcem por ele e pelo Bernardo, torcem pra ele perdoar a Belisa. O Gigi caiu na graça [do povo] de forma muito rápida e muito positiva. Eu tô tentando ao máximo agradecer e aproveitar essa oportunidade.
Como gostaria que fosse o final de Gigi na novela, que mensagem gostaria que o personagem deixasse ao público?
No final eu gostaria que ele ficasse na lembrança das pessoas como alguém corajoso, alguém divertido, como um amigo que você queira ter. Que tenha um namorado, de preferência o Bernardo, que eu tô apaixonado por essa história dos dois.
Eu recebo muita mensagem de pessoas que são gays, jovens, que falam 'que bacana ver você [na novela], vejo com a minha mãe, a gente ri junto, você faz tudo parecer mais leve, mais fácil'. A gente sabe que não é. Espero tocar o coração das pessoas e melhorar a vida delas de alguma forma. Que toda vez que elas olharem pra mim e lembrarem do Gigi, elas pensem ele foi uma pausa que refrescou a vida durante um tempo.
Leia também -> Resumo dos próximos capítulos da novela Volta por Cima.
Volta por Cima é escrita por Claudia Souto, com colaboração de Wendell Bendelack, Julia Laks, Isadora Wilkinson e Juliana Peres. A direção artística é de André Câmara, e a direção-geral de Caetano Caruso.
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