Fabrício Boliveira termina Volta por Cima com duas grandes missões cumpridas

Fabrício Boliveira termina Volta por Cima, o primeiro folhetim que protagonizou na Globo e em sua carreira, com a sensação de dever cumprido. Ele considera que a trama levantou questões sociais muito importantes para o público brasileiro, especialmente para homens pretos. O ator ressalta duas missões que acredita ter concluído com sucesso ao interpretar o personagem Jão na novela das sete.

"Poder dialogar com o povo brasileiro sobre problemas reais e apontar reflexões, caminhos de resoluções e erros foi um prazer e quase uma missão em tempos de fake news e pós-verdades", declara Boliveira em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

"Falar de um país que ainda se compõe de muito racismo branco é dar luz ao que muitas vezes é o sofrimento e a morte de muitos jovens pretos. Tocar nas paternidades ausentes e no poder das mães solos que ergueram o país é forçar um posicionamento mais contundente e responsável dos homens brasileiros", reforça ele.

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Boliveira afirma que, desde que começou a conversar com a autora Claudia Souto sobre o projeto, se interessou pela oportunidade de poder falar com milhões de brasileiros sobre questões que considera importantes para o país. Ele acredita que Jão conseguiu transmitir um bom exemplo e boas mensagens.

"Sabia que o mocinho da trama traz características já conhecidas, mas o Jão quebra esses estereótipos e ratifica virtudes como ética, empatia, boa escuta e uma dose de esperança. Sei que muitas vezes ter essas características todas numa pessoa só parece irreal na ficção. Mas acho que, na vida real, conheço muito desses Jãos, homens suburbanos e pretos que querem fazer o certo por entender a realidade racista e classicista do país", declara.

O próprio Boliveira se inspirou em dois homens que conheceu na vida real, no subúrbio do Rio de Janeiro, para construir o personagem: "Um empresário de Madureira, o Marlon, e um fiscal de transporte coletivo, o Flávio. Suas características profissionais e a vivência suburbana, que eu já frequentava em Salvador [na Bahia], foram cruciais para a construção do Jão".

"Um exemplo: o Flávio disse que se sentia um psicólogo dos motoristas [de ônibus], porque ele via o estado em que eles chegavam pra trabalhar e a partir daí abria um espaço de conversa e, muitas vezes, pedia para o motorista voltar pra casa, por não o achar apto a dirigir", explica o ator.

Volta por Cima chegará ao fim no próximo dia 26, e Jão terá um final bastante feliz. Ele terminará a trama ao lado de Madalena (Jéssica Ellen), com um filho, uma bela casa própria e o cargo de vice-presidente na Viação Formosa, trabalhando em parceria com seu pai.

O final deste projeto também tem alegrado muito a Boliveira. "[Estou] Muito feliz com os resultados da novela, com a comunicação direta com o público e com o desenrolar da trama. Acho que várias reflexões foram abertas a partir do Jão, várias sensibilidades em relação à masculinidade e ao entendimento sobre subjetividades negras. Estou bem satisfeito!", conclui.

Leia também -> Resumo dos próximos capítulos da novela Volta por Cima.

Volta por Cima é escrita por Claudia Souto, com colaboração de Wendell Bendelack, Julia Laks, Isadora Wilkinson e Juliana Peres. A direção artística é de André Câmara, e a direção-geral de Caetano Caruso.

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