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Gustavo Machado como o delegado Novaes em Guerreiros do Sol: ele é assassinado no primeiro bloco
Em Guerreiros do Sol, Gustavo Machado vive um dos personagens mais perturbadores do começo da história escrita por George Moura e Sergio Goldenberg: o delegado Novaes. Cruel, autoritário e misógino, ele se torna símbolo de uma masculinidade violenta, tóxica, que o ator faz questão de rejeitar. "Sou um homem do matriarcado", afirma.
A inspiração para o intérprete construir Novaes veio da realidade. "Infelizmente, estamos presenciando no Brasil e no mundo uma certa liberação de sentimentos terríveis que estão sendo normalizados. Essa nova ascensão da extrema direita, os discursos de ódio encontrados diariamente nas mídias sociais…", diz, antes de continuar.
"A todo momento nos deparamos com pessoas assim, machistas, elitistas, violentas, covardes --inclusive no Congresso, em igrejas, e até, em alguns países, na Presidência da República. Homens ignorantes, violentos e cheio de poder que não medem esforços pra se manter no poder e oprimir quem quer que desafie sua autoridade. Tragicamente, inspirações não faltam."
O personagem assassina seu Ezequiel (Markus Conká) no primeiro capítulo e vira alvo da vingança de quatro dos cinco filhos do morto. No entanto, o desfecho do pilantra tem um revés e tanto ainda no primeiro bloco de capítulos da novela do Globoplay, liberados na plataforma no último dia 11.
A repercussão do papel, segundo o ator, tem sido intensa: "Várias pessoas curtindo e comentando. Algumas indignadas com a morte prematura do delegado. Isso eu também lamento (risos)".
Em uma das cenas mais impactantes, ele é hostil com a mulher, Valiana, interpretada por Nathalia Dill. A dona de casa descobre um nódulo nos seios. Além de não querer que ela consulte um médico, para que o "homem não pegue nos peitos dela", o crápula trata com desdém a doença, dizendo que só falta nascer um terceiro seio nela.
À época, nos anos 1920, o câncer ainda era uma enfermidade desconhecida. Machado define Novaes assim: "O típico homem do patriarcado, um simulacro do Deus pai todo-poderoso corporificado no 'homem da casa'".
A mulher tem um papel secundário na condução dos interesses da família, e a voz do homem é praticamente inquestionável. Para interpretar sujeitos assim --que considero totalmente errados--, tento fazer com o mínimo de julgamento e o máximo de empatia, pois suas ações já são torpes o suficiente, e o público é quem deve julgar.
Ele completa o raciocínio dizendo que sua visão pessoal do patriarcado é a pior possível. "Creio que a natureza e tudo que envolve a criação tem, predominantemente, uma energia feminina, então acho que o homem devia é servir aos desejos e às intuições da mulher. Sou, portanto, um homem do matriarcado. Tenho certeza de que o mundo seria bem melhor."
Guerreiros do Sol marca o reencontro de Machado com o diretor Rogério Gomes, o Papinha. Os dois já haviam trabalhado juntos na série A Teia (2014) e na novela A Força do Querer (2017).
"Papinha optou por dar vida a essa linguagem seca e vibrante, forte e delicada com os personagens. Há algo de épico, grandioso e, ao mesmo tempo, sensível e minimalista, dependendo da cena. Me lembra um pouco alguns filmes do Sergio Leone [1929-1989], que amo e que não sei se foi ou não referência para ele", diz o ator.
Por fim, Machado afirma que Novaes foi um desafio à parte. "Já havia interpretado vilões, mas com esse grau de crueldade e perversidade, que eu lembre, no audiovisual, apenas na série francesa chamada Crime Time [2017], que era um deputado extremamente cruel, e na minissérie Olhar Indiscreto [2023], da Netflix, um personagem que era um assassino profissional."
Nesta quarta-feira (18), mais cinco capítulos da novela foram disponibilizados no Globoplay. Ao todo, a novela tem 45 episódios. Guerreiros do Sol também está sendo exibida pelo canal Globoplay Novelas, com capítulos no ar de segunda a sexta-feira, às 22h40.
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