Novela das sete
João Miguel Júnior/TV Globo
Marcelo Médici, como um espírito, e Sergio Guizé em cena de Alto Astral, nova novela das sete
MÁRCIA PEREIRA e PAULO PACHECO
Publicado em 31/10/2014 - 16h46
Atualizado em 2/11/2014 - 6h24
Nova novela das sete da Globo, Alto Astral, que estreia nesta segunda-feira (3), aposta em assombrações para afastar o fantasma de um novo fiasco às 19h, após a emissora perder 20% de audiência no horário nas últimas duas tramas, Além do Horizonte e Geração Brasil.
Escrito por um autor estreante, Daniel Ortiz, o novo folhetim das sete tem um humor leve, fácil de entender, com personagens caricatos e atrapalhados. É uma novela das sete tradicional, supervisionada por um expert do horário, Silvio de Abreu. O centro da trama é um clássico triângulo amoroso, com uma mocinha engajada sendo disputada por dois irmãos, um do mal e outro do bem. O trio é interpretado por Nathalia Dill, Sergio Guizé e Thiago Lacerda.
O personagem de Lacerda, Marcos, é um vilão que segue os velhos moldes. É um homem ambicioso, invejoso e mau-caráter, que ainda por cima odeia pobre. Sergio Guizé faz o mocinho Caíque, que não sabe lidar com sua mediunidade e se atrapalha o tempo inteiro, passando por muitas situações constrangedoras. Já Nathalia Dill é Laura, a mocinha romântica, sofredora, justa e que tentará descobrir o mistério de quem é sua mãe.
Mesmo com muitos espíritos atravessando portas, árvores e carros, o autor Daniel Ortiz diz que só vai brincar com as assombrações. O foco da novela não é retratar a vida após a morte ou o espiritismo como outras tramas da Globo já fizeram.
“A base é a comédia romântica. Tem núcleos cômicos, com muitos triângulos amorosos e mistérios. É uma novela tradicional com coisas inovadoras, como tratar o sobrenatural de forma engraçada”, diz Ortiz. Jorge Fernando, que assina a direção de núcleo e geral do folhetim, com externas gravadas em Poços de Caldas (MG), completa: “A novela não tem política espiritualista. Cada espírito tem uma história diferente, tem gente que não sabe que morreu, por exemplo. Falamos de espiritualidade sem falar da doutrina, é isso”, adianta.
Thiago Lacerda (Marcos) com Nathalia Dill (Laura) em Alto Astral (Foto: João Miguel Júnior/TV Globo)
Estranho no ninho
O protagonista, Caíque, cresceu como um estranho no ninho. Desde pequeno, o personagem tem experiências com o Além. A vida toda ele passou desenhando o rosto de uma mulher, que mais para a frente descobrirá que é um amor de outra vida. Laura surge de repente e a paixão avassaladora toma conta dos dois. Só que ela está prestes a se casar com seu irmão, o personagem de Lacerda.
Além da disputa amorosa, os dois, que foram adotados por Maria Inês (Christiane Torloni), são herdeiros de um hospital. Marcos quer o controle, quer o poder. Ele é um cirurgião talentoso, mas cheio de recalques em relação a Caíque porque acha que o irmão consegue se dar bem sem fazer esforço. “Ele é aventureiro e acredita nesse amor louco que sente pela Laura. Mas Caíque é um médico que não pode ver sangue”, diverte-se Guizé.
Contra sua vontade, o personagem incorpora o espírito de Castilho (Marcelo Médici) em ocasiões nada convencionais e salva vidas, como a de Laura. Ele a opera com um canivete na beira da estrada após um grave acidente. “O Caíque foi amigo do doutor Castilho em uma vida passada, na década de 1930. Eram médicos que só pensavam em dinheiro e jogavam muito, mas perderam tudo e acabaram mortos. Meu personagem transcendeu e pratica o bem. Ele dá consulta de graça, mas seu parceiro está preso no limbo [lugar intermediário entre o céu e o inferno]”, explica o intérprete do médico médium.
Chegando aos poucos
De acordo com Ortiz, a duração da novela não foi definida. Deve ter entre 155 e 170 capítulos. A trama começa com 30 personagens, mas tem 45, que vão entrando aos poucos. O ator Nando Rodrigues, que fará Ricardo, só aparece no capítulo 30. A personagem de Totia Meirelles (Adriana) entra no 42, já a de Monica Iozzi (Scarlett) no 57. Maitê Proença só entra no capítulo 80. "Falei para a Maitê que ela vai fazer uma minissérie. Espero que a novela esteja pegando fogo quando ela entrar”, comenta Ortiz.
O novelista não vê como desafio trabalhar com a sinopse de outra autora. O projeto foi criado por Andrea Maltarolli, que morreu em 2009 em decorrência de câncer. “É uma honra desenvolver uma história tão boa, tão bem amarrada. Não a conheci, mas sinto como se tivesse conhecido. Quando vi as primeiras cenas, até fiz um brinde a Andrea", confidencia o autor.
Ortiz diz que não é espírita, mas um curioso em religião. “Já estudei espiritismo, budismo, cabala e nasci numa família católica”, fala o novelista, que já morou em Dubai (Emirados Árabes Unidos) fazendo novela.
Celebridade decadente
Uma personagem que deve fazer o telespectador dar boas gargalhadas é a paranormal charlatã Samantha (Claudia Raia). Ela é apaixonada por Caíque e foi famosa no passado por conta de suas adivinhações. Frequentou programas de TV, como o Domingão do Faustão e o Programa do Jô, mas, de tanto abusar do seu dom, não consegue prever mais nada. Além de estar no ostracismo, ela também odeia pobre.
“Ela fica se assistindo na TV. Ela mesma se aplaude, é louca! Samantha mostra o melhor e o pior do ser humano. A personagem chora, joga-se no chão, é tudo hilário. É fazer comédia com tudo, de uma maneira muito verossímil. É muito legal”, diz Claudia Raia.
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