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CASO VERÍDICO

Impossível ficar imune: Inexplicável faz sentir a dor dos protagonistas na carne

DIVULGAÇÃO/CLUBE FILMES

Leticia Spiller e Miguel Venerabile estão em cena do filme Inexplicável como Yanna e Gabriel

Leticia Spiller e Miguel Venerabile estão em cena do filme Inexplicável como Yanna e Gabriel

MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 13/5/2025 - 11h00

Longa brasileiro que está fazendo sucesso no Top 10 mundial da Netflix, Inexplicável é um drama para chorar praticamente do começo ao fim. Inspirada no livro O Menino que Queria Jogar Futebol (2018), a história verídica coloca o espectador na pele dos protagonistas.

É muito difícil ficar imune à dor, à angústia e aos medos que eles sentem, como se um botão fosse apertado e transportasse quem está assistindo ao filme para o lugar de Yanna (Leticia Spiller) e Marcus (Eriberto Leão).

Na produção, o casal tenta lidar com o diagnóstico inesperado do filho, Gabriel (Miguel Venerabile), um pré-adolescente promissor na categoria de base de futebol de salão de um clube. O menino está jogando uma partida quando os primeiros sintomas da doença o fazem desmaiar na quadra, virando a vida da família de cabeça para baixo.

O roteiro, delicado e direto, mostra não apenas a luta física do menino, mas também o colapso emocional de seus pais  --que os atores retratam com uma entrega visceral. Leticia e Leão, rostos conhecidos de quem assiste às novelas da Globo, mergulham no drama imprimindo verdade absoluta. 

A direção de Fabrício Bittar aposta em planos fechados e em um silêncio "que fala", dando a sensação de impotência que enlouqueceria qualquer pai e mãe em tal situação. Cada cena parece pensada para provocar identificação e despertar empatia. Tudo é muito conciso, fechado no casal que está enfrentado o maior desafio de sua vida.

Não se trata apenas de chorar --embora lágrimas sejam inevitáveis--, mas de sentir no corpo a aflição da espera pela melhora da criança. Os personagens de Eriberto Leão e Leticia Spiller reagem de maneiras diferentes diante da frustração e da incerteza, assim como acontece na vida.

Eles não brigam, a dor também os une de uma maneira única, mesmo quando as esperanças de ambos parecem ruir. É um filme sobre a dor, mas também é uma produção que prende por criar no espectador a esperança de um desfecho feliz --a todo momento, espera-se que algo "inexplicável" salve a vida de Gabriel. 

Essa fórmula deve ser o segredo para o filme, que não arrastou multidões para o cinema, mas também não fez feio nas bilheterias, conseguir agradar no streaming de maneira orgânica --sem campanha de divulgação por parte da plataforma.

Outro ponto de destaque é a trilha sonora. Com composições suaves e melancólicas, ela embala os momentos mais duros da narrativa e reforça o impacto emocional dos diálogos e dos silêncios impostos por conta da história.


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