NOVA CINEBIOGRAFIA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Taís Araujo em Vale Tudo; após 22 anos, a atriz vai interpretar Elza Soares pela segunda vez
Após se destacar no remake de Vale Tudo como Raquel, Taís Araujo vai se dedicar ao cinema. A atriz foi escolhida para protagonizar a cinebiografia de Elza Soares (1930-2022), um dos maiores nomes da música brasileira. A produção será da O2 Filmes, de Fernando Meirelles, e começará a ser rodada no segundo semestre de 2026.
Taís já interpretou Elza no longa Garrincha - Estrela Solitária (2003), que explorava a conturbada relação da cantora com o craque do futebol. Agora, 22 anos depois, ela volta ao papel com mais maturidade e protagonismo.
A confirmação partiu de Andrea Barata Ribeiro, produtora e sócia da O2, que comanda o projeto ao lado de Meirelles e Paulo Morelli. O roteiro está a cargo de Patricia Andrade (Dois Filhos de Francisco) e Viviane Pistache.
A ideia é retratar todas as camadas da trajetória de Elza, marcada por tragédias pessoais, superações históricas e uma das vozes mais potentes que o Brasil já conheceu. Da infância com fome em uma favela do Rio à consagração no palco com seu Planeta Fome, a cantora passou por diversos altos e baixos, sempre com garra e dignidade.
Elza perdeu filhos, sofreu abusos, foi perseguida pela imprensa e ignorada pela indústria em certos momentos, mas nunca deixou de lutar. Em 1953, viúva e mãe solo, participou de um concurso de rádio apresentado por Ary Barroso (1903-1964).
Malvestida, ouviu dele a pergunta sarcástica "De que planeta você veio?", e respondeu: "Do Planeta Fome." Quando começou a cantar, o compositor se rendeu: "Uma estrela acaba de nascer."
Mesmo com uma carreira marcada por sucessos, ela enfrentou preconceitos por ser uma mulher negra em um espaço dominado por homens brancos. Sua união com Garrincha (1933-1983) foi tratada com hostilidade pela mídia, que a pintou como vilã do fim do casamento anterior do jogador e de sua decadência esportiva. Ainda assim, Elza resistiu. Mudou-se para a Itália, voltou ao Brasil e fez história.
"Elza Soares foi uma fênix. Da pobreza extrema ao estrelato, e depois ao esquecimento, à morte dos filhos, casamentos desfeitos --essa mulher negra de talento incomparável sobreviveu e viveu em um mundo que não lhe abria portas com facilidade", destacou Barata Ribeiro. "Se ela fosse americana, seria comparada a Ella Fitzgerald [1917-1996]."
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