LUTO
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Dorinha Duval como a Cuca, no Sítio do Picapau Amarelo (1977); atriz morreu nesta quarta (21)
Dorinha Duval, atriz que ficou marcada como a primeira Cuca do Sítio do Picapau Amarelo (1977) e chocou o Brasil por matar o marido com três tiros, morreu aos 96 anos nesta quarta (21). A informação foi compartilhada pela filha da intérprete, a atriz Carla Daniel, nas redes sociais. As causas da morte não foram reveladas. "Trouxe bons momentos para o público brasileiro", escreveu.
Dorinha começou a carreira como vedete no teatro de revista nos anos 1950 e estreou na TV na novela Verão Vermelho (1969), da Globo. Na sequência, atuou em produções importantes da emissora, como Irmãos Coragem (1970), Minha Doce Namorada (1971), Selva de Pedra (1972) e O Bem-Amado (1973), em que interpretou Dulcinéia, uma das três irmãs da família Cajazeira.
Entre 1977 e 1980, ela viveu a Cuca na primeira versão do Sítio do Picapau Amarelo para a Globo. A carreira dela, no entanto, foi interrompida em 5 de outubro de 1980.
Durante uma discussão, a atriz disparou tiros contra o marido, Paulo Sérgio Garcia de Alcântara, que morreu na hora. Na época, a revista Manchete revelou que o casal não se dava bem e tinha brigas frequentes.
Ele era viciado em jogo, e ela arcava com as dívidas do marido. Além disso, Dorinha tinha ciúme: ele lidava com belas modelos em seu emprego na agência de publicidade de Carlos Manga (1928-2015), cargo que a própria atriz tinha conseguido para Alcântara.
A atriz publicou um livro de memórias, e contou que o marido teria dito a ela: "Você está velha, feia, gorda. Você já era. Porque eu não quero nada com uma velha como você. Vê se se olha no espelho! Você acha que eu vou querer alguma coisa contigo?".
Ela ainda relatou que ele a agrediu, e ela ameaçou se matar. "Ele disse que seria uma ótima ideia e que a arma estava na gaveta. Após ser atingida por um tapa na região da cabeça, fugi dele, peguei a arma e disparei. Daí tudo ficou escuro na minha frente. Só me lembro de ver o Paulo caído, ensanguentado", afirmou.
Dorinha respondeu ao processo pelo assassinato em liberdade e passou por dois julgamentos: em 1983 e 1989. No primeiro, o júri deu a ela uma condenação de legítima defesa, e ela passaria um ano e seis meses encarcerada.
No segundo, ela foi condenada a seis anos de prisão por homicídio sem agravantes. Cumpriu pena em regime semiaberto e, posteriormente, em regime aberto. Depois, se tornou artista plástica e não voltou à TV.
Carla Daniel falou em alívio ao relatar a morte da mãe. "É com tristeza, mas alivio que nos despedimos. Mãe, avó, amiga e que nos trouxe bons momentos de alegria para o público brasileiro. Te amo", escreveu.
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