EM ENTREVISTA
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Fábio Assunção em entrevista ao videocast Conversa vai, conversa vem, do jornal O Globo
O ator Fabio Assunção deu sua opinião sobre a polícia de drogas no país e alertou que nem sempre a internação compulsória será capaz de ajudar o dependente químico. Ele ainda revelou que havia sido convidado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para participar de um grupo sobre a discussão de um plano de governo voltado ao assunto.
Em entrevista ao videocast Conversa vai, conversa vem, do jornal O Globo, o artista mencionou o convite recebido por parte do político e explicou por que a ideia não se desenvolveu.
"Foi um grupo que o presidente Lula convocou na eleição antes de ele ser preso, em 2018. Ele queria um programa de governo voltado para esse assunto. Ele me chamou. Queria tentar em uma discussão elaborar um plano de governo, acabou que não se desenvolveu, ele foi preso, enfim... Foi maravilhoso", comentou.
Na sequência, o ator também refletiu sobre a forma como as pessoas dependentes do uso de drogas são tratadas a depender da condição financeira que tem.
"Acho interessante isso do estigma do pobre em relação a isso, do morador em situação de rua, da cracolândia. A gente fica marginalizando as pessoas em situação de rua, mas elas estão em situação de rua porque elas não têm casa, não é porque elas se drogam... Tem que tirar da conta do usuário, tem que resolver a habitação do país. Se eu vou morar na rua, não tenho emprego, se eu não vou ter chance nenhuma de trabalho, quem vai me julgar por estar ali na rua? Como é isso?", questionou ele.
O ator também opinou sobre a internação compulsória de dependentes químicos. Para ele, a cura só pode existir a partir do momento que o próprio individuo buscar forças para abandonar a situação. "Acho tão difícil falar sobre isso. Em uma entrevista eu falei que sou contra. Eu acho que ninguém vai ser curado caso não queira ser curado".
"A cura não é só um procedimento técnico, ela precisa da sua energia que aconteça. Mas eu me arrependi, porque tem casos extremos que a pessoa precisa de uma intervenção... Não sei, mas durante um mês... Tem pessoas que ficam cinco anos internadas".
"A legalização precisa ser entendida. Não é uma permissividade, não é uma torcida para que todo mundo use. É retirar isso do crime organizado e abordar o tema com afetividade. A sociedade precisa olhar para isso de uma forma mais humanizada, sabe?”, concluiu o ator.
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