DUPLAS PROBLEMÁTICAS
REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY
Giovanna Jacobina e Gracyanne Barbosa no BBB 25: dupla joga como se fosse um participante
O BBB 25 estreou com uma dinâmica das duplas, estratégia já usada pelo BBB 23 e que impactou negativamente o desenvolvimento daquela temporada. A escolha de manter os participantes unidos um ao outro foi um dos grandes problemas na edição de 2023, que na época era comandada por J. B. Oliveira, o Boninho. Mesmo após a separação, as alianças formadas logo de cara continuaram ditando o jogo, restringindo os conflitos e limitando a construção de histórias individuais.
Essa aposta resultou em uma temporada em que as narrativas giravam quase que exclusivamente em torno das parcerias, deixando o jogo previsível e enfraquecendo a diversidade de enredos. Agora, o BBB 25 corre o mesmo risco ao investir na repetição dessa fórmula, ainda que com algumas variações em sua execução.
Outro ponto que marcou o BBB 23 foi a alta expectativa em relação a possíveis pares românticos formados pelas duplas. Amanda Meirelles, a vencedora da edição, ganhou força por causa da torcida por um romance com Antonio Cara de Sapato, seu parceiro no início do confinamento. A participante foi perseguida até o fim do reality e chegou a ser cobrada pelos fãs mesmo fora da casa para engatar um romance com o atleta.
Por outro lado, a nova edição apresenta elementos que podem minimizar os impactos da dinâmica das duplas. O elenco não está atado "fisicamente", como na temporada antecessora --o que não os obriga a conviver 24 horas no mesmo espaço. Além disso, os participantes do grupo Camarote, que têm dificuldades para se posicionar por medo do cancelamento, chegam ao programa com o apoio imediato de suas duplas "menos famosas".
No BBB 25, todas as decisões dentro da casa são feitas em duplas, como se os dois participantes fossem um só. Provas do Líder, paredões, imunidades e até mesmo eliminações são compartilhadas na primeira fase. Esse detalhe pode trazer um ritmo diferente à temporada e manter o jogo competitivo. As primeiras desavenças pela falta de sintonia já começaram a surgir.
Boninho fez com que os participantes do BBB 23 se desprendessem uns dos outros para o jogo individual já na primeira semana. Desta vez, Rodrigo Dourado --novo diretor artístico do reality-- decidiu arriscar mais: os grupos permanecerão mais tempo como duplas.
A insistência em uma dinâmica que já se mostrou problemática pode limitar o potencial da temporada. O principal erro do BBB 23 foi permitir que as duplas da primeira semana monopolizassem o enredo, criando uma dependência excessiva entre os participantes e inibindo estratégias individuais ousadas --o que se intensifica no BBB 25 com as decisões tomadas em consenso.
Mesmo com a separação posterior, o jogo permaneceu preso às alianças formadas inicialmente, tornando as interações previsíveis e pouco desafiadoras. Repetir a fórmula arriscada exigirá uma execução impecável e ajustes significativos para evitar que o problema se repita na temporada histórica do reality show.
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