Após vender croissant na pandemia, apresentadora volta à TV e rejeita 'mimimi'

Após passar os últimos dois anos dedicada à maternidade e à venda de cestas de café da manhã, Juliana Rocha está de volta à TV no Ver Mais, da RIC, afiliada da Record em Maringá. A atração foi repaginada para a apresentadora e agora dispensa sofá e até o "mimimi". "Sem falar muito complicado, sem muito politicamente correto porque não tem graça. Senão, a gente assiste a um Jornal Nacional", diz a mais nova dona das tardes do Paraná.

Juliana tirou um período sabático para cuidar da filha caçula recém-nascida e acabou virando microempreendedora. No aniversário de 12 anos do filho João Luiz, quis presenteá-lo com uma cesta de café da manhã. "Eu tinha feito uns cursos na internet sobre bolo com pasta americana, fiz uma cesta linda, com minha receita de croissant, e postei na internet. Não teve para ninguém", relembra.

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Após a celebração em casa, a nutricionista e apresentadora se viu engolida por um nicho na cidade paranaense onde mora. Seu produto artesanal custa a partir de R$ 240. "Eu vendo todo dia até hoje. Eu sou absurdamente obcecada pela perfeição daquilo porque, no meu desespero, sem televisão, foi o meu ganha-pão. Eu tenho que respeitar quem compra", diz a comunicadora.

De volta à televisão, Juliana terá a missão de rodar o Paraná, já que o programa terá pouco sofá e muito pé na estrada. O objetivo da revista diária é chegar em cidades que também recebem o sinal de Maringá, como Cianorte, Paranavaí, Campo Mourão, Sarandi e Paiçandu.

[A programação] Já chega lá. Então, eu não posso só focar aqui [em Maringá], entendeu? A proposta deles foi: eu quero algo diferente. Como é que eu vou fazer algo diferente dentro do estúdio? Não tem como.

De segunda a sexta, das 14h30 às 15h20, o Ver Mais sob comando de Juliana Rocha será voltado para as mulheres, que correspondem a 84% da audiência. São 16 quadros, com temáticas como alimentação saudável, moda, decoração, organização do lar e viagem. 

Terceira via?

A titular acredita que o horário do entretenimento deve fugir de assuntos mais densos e atuais como feminismo ou política, dos quais ela também é pouco afeita. Pela proposta da programação com cara de 1990, parece não ser assunto de mulher.

"É uma coisa que eu não quero entrar. Eu nunca vou entrar e, mesmo se me pedissem, eu não ia trabalhar com isso: política, religião... São certas coisas que eu, Juliana, tenho o meu pensamento. Não vou confrontar ninguém e também não vou buscar pessoas que façam isso. Porque eu não quero que a pessoa pegue asco, raiva, dessa ideia que eu estou colocando", diz a apresentadora, sob a justificativa de não ter formação em Jornalismo.

Ainda que sem o ar da reportagem jornalística, Juliana Rocha promete defender suas ideias, graças ao jeito "despachadão".  "A minha maneira de colocar as minhas ideias para as pessoas não é delicada... O meu lado não é jornalístico, o meu lado não é o de querer falar as palavras bonitinhas para as pessoas. Eu não", descreve-se.

Quando for debater assuntos mais sensíveis e polêmicos, Juliana pensa em, talvez, chamar especialistas. Mas isso no futuro, quando a audiência se acostumar com o jeito "Ju Rocha", que rejeita o "mimimi".

"Como é que a gente pode falar sobre o feminismo de uma maneira leve, de uma maneira empolgada, sem confrontar com ideias de pessoas? Porque cada um pensa de uma maneira... Na minha casa não vai me ajudar. Eu não posso levantar uma bandeira sobre isso na minha casa, sendo que quem manda em casa é o meu marido", finaliza. "Então, não é só levar um assunto. É como colocar ele para ser mais fácil de entender, sabe?"