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Série morta-viva?

Walking Dead vive momento crítico com remendos, êxodo de elenco e guerra salarial

Imagens: Divulgação/AMC

Lauren Cohan em The Walking Dead; briga por aumento de salário pode tirar atriz da série - Imagens: Divulgação/AMC

Lauren Cohan em The Walking Dead; briga por aumento de salário pode tirar atriz da série

JOÃO DA PAZ

Publicado em 22/2/2018 - 5h52

Embora ainda seja um dos programas mais populares da TV mundial, The Walking Dead atravessa um momento crítico: com a audiência em queda (em 14 meses, perdeu 10 milhões de espectadores nos Estados Unidos), a série enfrenta um êxodo de atores. Nos próximos meses, Chandler Riggs (o Carl) e Lennie James (o Morgan) deixarão o drama zumbi. Lauren Cohan (Maggie) também pode sair por causa de uma batalha salarial _ela recebe muito menos do que os colegas homens. Os roteiristas terão de fazer remendos em relação à HQ na qual a produção se baseia.

Robert Kirkman, criador dos quadrinhos e produtor da série, já disse que, se depender dele, a série chegará ao episódio de número 1 milhão. "Bem, talvez não 1 milhão, mas 990 mil", emendou, bem-humorado, durante o painel de Walking Dead na New York Comic-Con. Mas a perda de público e a movimentação do elenco acendem um sinal de alerta na produção mais badalada do canal AMC.

O contrato de Lauren Cohan chega ao fim juntamente com a oitava temporada, que retorna neste domingo (25). A atriz ainda não acertou sua renovação e, no começo do mês, anunciou que estava disponível para outros projetos. Como as emissoras estão atrás de astros para suas próximas séries, Lauren recebeu mais de uma dúzia de propostas e, na terça (20), fechou com um piloto da ABC, Whiskey Cavalier.

Embora seja uma das atrizes com mais aparições em Walking Dead, Lauren recebe por episódio dez vezes menos do que Andrew Lincoln, o intérprete do xerife Rick. De acordo com o site Deadline, ela sequer chegou a buscar uma equiparação salarial; pediu apenas um aumento considerável. Mas não foi atendida.

O cenário é sombrio para o futuro de Lauren e sua personagem. Uma possibilidade seria a atriz estar nas duas séries ao mesmo tempo, mas com Maggie tendo um papel reduzido na trama zumbi caso Whiskey Cavalier seja confirmada na grade da ABC, o que só deve ocorrer em maio.

Lauren também pode chegar a um acordo salarial para continuar em Walking Dead. Mas o acerto parece improvável. Basta ver o exemplo de Sonequa Martin-Green, que passou pela mesma situação no ano passado e deixou de viver a coadjuvante Sasha para protagonizar Star Trek: Discovery.

Por enquanto, somente dois atores estão confirmados na nona temporada: Lincoln e Norman Reedus, o Daryl. A parte feminina do elenco tende a seguir o exemplo de Lauren e pedir salários maiores. Lauren e Carol (Melissa McBride) são atualmente as mulheres mais bem pagas.

Tantas incertezas fizeram o AMC, que exibe a série nos Estados Unidos, anunciar a renovação de uma nova temporada apenas em janeiro, um atraso de três meses em relação ao que o canal fez com temporadas anteriores. 

Carl (Chandler Riggs) está por um fio após ser mordido por um zumbi; ator foi demitido

Colcha de retalhos
Sem Lauren, os roteiristas terão de remendar a história original dos quadrinhos. Maggie, sua personagem, é muito importante no mundo apocalíptico zumbi. Na HQ, ela continua viva e é líder da colônia Hilltop. Também será complicado tirá-la de cena agora, pois a personagem está grávida, e a oitava temporada já foi toda filmada.

Esse será o grande desafio da nova showrunner (comandante), Angela Kang, substituta de Scott M. Gimple, que foi promovido a chefe de conteúdo de toda a franquia Walking Dead. 

Um futuro sem Maggie fica ainda mais desastroso porque o drama perderá Morgan e Carl. Lennie James migrará para Fear The Walking Dead. Já o adolescente deverá ser a maior perda da atração.

A despedida de Carl será mostrada na metade final da temporada, a partir de domingo, pois o ator não renovou contrato e focará nos estudos. Ele fez questão de deixar claro em entrevistas que não foi decisão sua deixar Walking Dead.

A saída de Riggs também tem relação com o salário. Em um desabafo no Facebook, o pai do ator, William, publicou que ele foi demitido da série dois dias antes de completar 18 anos. No contrato, uma clásula previa que seu salário, na casa dos US$ 30 mil (R$ 97 mil) por episódio, aumentaria ao se tornar maior de idade.

Na HQ, Carl também continua vivo e caminha para ser o líder dos sobreviventes, nos passos do pai, Rick. Em entrevista para a revista Entertainment Weekly, Scott M. Gimple afirmou que a história de Carl nos quadrinhos será repassada para outros personagens, e o mesmo deve ocorrer com as tramas de Maggie.

"Nós estamos compromissados em contar a mesma história dos quadrinhos, como de praxe", disse Gimple. "Apenas terá de ser com outras pessoas e com maneiras diferentes."

The Walking Dead já teve de sacrificar sua história original várias vezes. Uma das mudanças mais notáveis ocorreu com Andrea. Na série, interpretada por Lauren Holden, a personagem morreu na terceira temporada. Na HQ, ela mantém extrema relevância: é namorada de Rick e virou uma exímia atiradora.

As duas características foram inseridas em outras personagens: Carol deixou de ser uma mera dona de casa para ter domínio de todos os tipos de arma; já Michonne (Danai Gurira) passou a fazer par romântico com o xerife.

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