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DESRESPEITO

Globo teve problemas na Justiça por trama de Mulheres Apaixonadas

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Os atores Daniel Zettel e Roberta Rodrigues como Carlinhos e Zilda em Mulheres Apaixonadas, ela sorrindo para ele, em cena em área de serviço

Os atores Daniel Zettel e Roberta Rodrigues como Carlinhos e Zilda em Mulheres Apaixonadas

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 21/6/2023 - 6h30

Uma trama de Mulheres Apaixonadas (2003) fez a Globo responder a um processo na Justiça. Uma associação de empregadas domésticas achou desrespeitosa a representação de Zilda (Roberta Rodrigues), funcionária que era constantemente assediada pelo filho dos patrões, o adolescente Carlinhos (Daniel Zettel), e entrou com uma ação contra a emissora.

Na novela reprisada no Vale a Pena Ver de novo, Zilda era empregada na casa de Carlão (Marcos Caruso). Carlinhos era um adolescente louco para perder a virgindade. O jovem se sentia atraído pela funcionária e, mesmo sem ela dar qualquer tipo de abertura ou consentimento, ele a assediava com frequência, forçando contatos físicos e a intimidando em seu local de trabalho.

Diante disso, o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos de Jundiaí, no interior de São Paulo, entrou com uma ação cautelar para tentar impedir que fosse ao ar uma cena de sexo entre Zilda e Carlinhos. Na petição, a instituição afirmava o seguinte sobre a novela:

"Tem inserido na cabeça de adolescentes o desrespeito e insinuado que a categoria de empregadas domésticas, além de servir à família com seu trabalho e dedicação, deve servir aos desejos sexuais dos pequenos iniciantes, como se fossem meretrizes à espera do patrãozinho".

O autor de Mulheres Apaixonadas, Manoel Carlos, foi procurado pela Folha de S.Paulo para comentar o assunto e possivelmente se defender. Ele, no entanto, minimizou a gravidade da situação.

"Isso é normal. Quando há na novela uma enfermeira e um sujeito se interessa, pronto, lá vem o sindicato. As secretárias, a mesma coisa. Também tivemos problemas com as massagistas. É como se essas profissionais não fossem capazes de provocar interesse em um homem, a não ser por suas qualidades profissionais. Ainda não sei se farei o Carlinhos transar com a Zilda, mas, se tiver, faço", declarou ele ao jornal em 2003.

A juíza Hertha Helena Rollemberg Padilha Palermo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, responsável pelo caso, negou a ação do sindicato. "Segundo o entendimento do autor, nenhum personagem ruim ou que pratique atos condenáveis pode ter profissão definida, porque tal atentaria contra os direitos da personalidade de todos os profissionais da categoria", determinou ela.

No final da novela, Carlinhos conseguiu o que tanto queria: ele transou com Zilda no quarto da empregada.


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