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Jornalismo verdade?

Entidades advertem Record por perseguição a anunciantes

Reprodução/TV Record

Suposta cabeça de rato em garrafa de Coca-Cola em reportagem da Record que disse que produto causa câncer - Reprodução/TV Record

Suposta cabeça de rato em garrafa de Coca-Cola em reportagem da Record que disse que produto causa câncer

DANIEL CASTRO

Publicado em 23/12/2013 - 7h44

As duas principais entidades representativas dos anunciantes e das agências de publicidade do Brasil enviaram uma carta à Record em que advertem a emissora por usar o jornalismo para perseguir empresas que não anunciam na rede.

A ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) e a Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade) notificaram a Record de que "é preciso tomar muito cuidado para não ultrapassar o que é ético" no exercício do jornalismo crítico.

Segundo Rafael Sampaio, vice-presidente executivo da ABA, a carta foi encaminhada há um mês. Nela, as entidades relatam ter recebido reclamações de vários anunciantes que se sentem perseguidos por reportagens da emissora.  A carta, no entanto, não cita anunciantes, porque eles não pediram intervenção formalmente.

Como o Notícias da TV relatou na semana passada, a Record usa o seu departamento de jornalismo para atacar empresas que não anunciam na emissora.

O caso mais recente foi o do HSBC. O banco foi alvo de três grandes reportagens em novembro, que repetiam informações sobre investigações contra a instituição financeira nos Estados Unidos e na Europa. As denúncias só cessaram após o banco enviar um emissário para negociar com a Record. O HSBC não investiu um único centavo em publicidade na Record neste ano.

Antes do HSBC, foram vítimas do jornalismo da Record a Coca-Cola, o Santander, o Itaú, o Unibanco e o Wal-Mart, entre outras empresas.

O Notícias da TV apurou que a carta da ABA e da Abap foram motivadas principalmente pela Coca-Cola. Em setembro, a emissora mostrou uma reportagem em todos os seus telejornais afirmando que o principal refrigerante da marca contém substâncias que podem "causar câncer" e que "falhas no processo de produção" podem trazer "danos irreversíveis" aos consumidores.

A reportagem era ilustrada pelo depoimento de um consumidor, o relojeiro Wilson Resende, que guarda uma garrafa de Coca-Cola com uma suposta cabeça de rato dentro. Ele processa a empresa desde 2000. Laudos encomendados pela Justiça, no entanto, revelaram que seria impossível o rato parar dentro da garrafa pet pelo processo de produção da Coca-Cola e levantam a suspeita de que houve fraude.

Pressionada, a Coca-Coca produziu uma campanha convidando consumidores a visitarem suas fábricas. E veiculou os anúncios na Record.

Na carta enviada à Record, a ABA e a Abap afirmam que respeitam a liberdade de expressão, que julgam saudável a não interferência do departamento comercial dos veículos em suas redações, mas que "essa liberdade de imprensa nem sempre é observada".

A Record não comentou o assunto.

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