De SBT a gospel: Quem é Priscilla Alcantara, a Unicórnio do The Masked Singer?

Antes de brilhar como a Unicórnio e se sagrar campeã da primeira temporada do The Masked Singer Brasil, Priscilla Alcantara fez seu nome no SBT como apresentadora do programa infantil Bom Dia & Cia ao lado de Yudi Tamashiro. Na música, a cantora deu seus primeiros passos em 2009, quando lançou o álbum gospel O Início. 

Nascida em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, Priscilla foi descoberta por Silvio Santos em 2005, no Código Fama, reality show musical que, na época, era comandado por Celso Portiolli.

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Com apenas oito anos, a menina se classificou para a versão internacional da atração e foi enviada para se apresentar no México, conquistando o quarto lugar na disputa transmitida pela Televisa --a Unicórnio usou seu confinamento no programa como uma das pistas sobre sua identidade, para confundir os jurados que pensavam se tratar de Manu Gavassi.

De volta ao Brasil, ela foi convidada pelo pai de Patricia Abravanel para gravar o Bom Dia & Cia, programa que comandou até 2012. Antes de encerrar seu contrato com a emissora, em 2013, a artista esteve à frente de projetos como Dia no Parque, Pirâmide Premiada, Carrossel Animado e Cantando no SBT.

Apesar de ter se dedicado à música desde muito cedo, foi em 2015 que Priscila saiu em turnê para divulgar seu trabalho para mais pessoas. A cantora se apresentou por diversos Estados do país para divulgar o disco gospel Até Sermos Um. 

No mesmo ano, ela passou a gravar vídeos para o canal Vlog de Tudo, no YouTube, e também lançou o Livro de Tudo em 2016. Na obra, relata momentos de sua vida pessoal e fala sobre sua relação com Deus. Entre 2017 e 2018, Priscilla continuou investindo na música gospel e entregou singles como Tanto Faz, Liberdade e Inteiro. 

Em novembro de 2018, a ex-SBT trabalhou no lançamento do álbum Gente. No teaser do projeto, a cantora aparece falando com Deus pelo telefone e diz que precisa se comunicar com pessoas que não são crentes para furar a bolha religiosa. 

Nada conservadora 

Mesmo sendo adepta dos ensinamentos da Bíblia e exaltando sua relação com Deus, a artista nunca escondeu sua insatisfação em relação aos religiosos conservadores. Além de ter um visual mais moderno, incluindo diversas tatuagens pelo corpo, Priscilla já deu depoimentos importantes na luta contra a homofobia e outros tipos de intolerância. 

"Considero [a comunidade LGBTQIA+] com muita importância e dou todo meu respeito, principalmente por ouvir histórias de perto. Soltaram um vídeo pela internet, eu vi no Twitter, de uma mulher falando 'eu sou serva de Deus'. Um vídeo de um ataque homofóbico! Eu tenho vontade de chorar até, só de lembrar o vídeo, porque não faz sentido", afirmou ela em live transmitida pela Marie Claire no Instagram.

No ano passado, ela se revoltou com evangélicos por protestarem contra o aborto realizado em uma menina de dez anos que havia engravidado depois de ser estuprada diversas vezes por um tio no Espírito Santo. "Fanatismo religioso mata!", disparou a artista nas redes sociais.

Recentemente, Priscilla também reclamou do fato de pessoas não aceitarem sua rejeição ao rótulo de "cantora gospel". "Clareza é gentileza. Vou abordar o assunto porque acredito que falar o óbvio também é importante e nisso podemos crescer: questionar a fé de um cristão artista por ele não produzir 'arte gospel' só revela quão raso é o seu entendimento sobre o que é de fato ser cristão", reclamou ela por meio de um post no Twitter. 

"Cristianismo não está relacionado a quão 'gospel' são nossas músicas, pinturas, poemas. Cristianismo é sobre o quanto de Cristo as pessoas conseguem enxergar em nós; no caráter, nas atitudes, no amor a Deus e no amor ao próximo", completou a artista. 

Hora da mudança 

Após anos se dedicando à música gospel, Priscilla resolveu mudar de caminho neste ano. Ela usou seu Instagram para publicar um vídeo no qual aparece anunciando um novo trabalho, intitulado de Aprendiz do Pop.

"Já faz um tempo que minha estrada me traz aqui, que busco uma maneira diferente de expressar minha voz como artista. Eu quero falar com gente, eu quero falar com todos, mas primeiro era importante falar com Ele [Deus]. Não, com Ele já falei, já deu tudo certo", declarou.

Em entrevista à revista Glamour, ela explicou que durante a pandemia da Covid-19 precisou lidar com crises de ansiedade e, por isso, parou para refletir sobre sua carreira: 

Passei por um momento ruim, mas ressignifiquei aquilo: 'Deixa eu ver o que meu corpo está tentando me dizer'. É ruim ter perdido a oportunidade de trabalhar? É muito ruim, só tem malefício, pandemia é péssimo pra todos, mas eu também prestei atenção porque, se não fosse por conta desse contexto tão brusco, eu talvez continuaria infeliz no meu trabalho. Eu lembrei que tinha família, que podia ter um cachorro, que eu podia ficar dias numa chácara, que eu podia fazer transição musical, que não precisava mais fazer as mesmas músicas.

Logo em sua primeira aparição no The Masked Singer Brasil, Priscilla se destacou com a canção Shallow, interpretada originalmente por Lady Gaga e Bradley Cooper no filme Nasce Uma Estrela (2018). A Unicórnio continuou a roubar a cena com músicas de Xuxa, Beyoncé, Gloria Groove, Anitta e Somewhere Over the Rainbow, da trilha de O Mágico de Oz (1939).

Confira um pouco da trajetória da cantora:

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Uma publicação compartilhada por PRISCILLA (@priscillaalcantara)

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clareza é gentileza. vou abordar o assunto pq acredito que falar o óbvio tb é importante e nisso podemos crescer: questionar a fé de um cristão artista por ele não produzir “arte gospel”, só revela quão raso é o seu entendimento sobre o que é de fato ser cristão.

— #TEMDIAS (@PriAlcantara) August 8, 2021

ninguém pergunta pra um médico se ele ainda é crente só pq não faz “medicina gospel”. ou pra um advogado, só pq ele não faz uma “defesa gospel”. medicina é medicina, justiça é justiça assim como arte é arte.

— #TEMDIAS (@PriAlcantara) August 8, 2021

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