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NÃO VAI NARRAR

Traumatizada, Glenda Kozlowski impede Globo de fazer história na Copa feminina

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Glenda Kozlowski participou do Rio2C na noite de quinta-feira (25) e revelou trauma nos Jogos Olímpicos - AgNews

Glenda Kozlowski participou do Rio2C na noite de quinta-feira (25) e revelou trauma nos Jogos Olímpicos

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 26/4/2019 - 5h40

A Globo fazia planos de ter uma equipe 100% de mulheres na transmissão da Copa do Mundo Feminina, que começa em 7 de junho. Mas a ideia caiu por terra: Glenda Kozlowski não quis narrar, e a função ficará com Galvão Bueno. A apresentadora do SporTV ficou traumatizada com os Jogos Olímpicos de 2016, quando foi narradora da ginástica artística. Foi tão criticada por sua participação que quase largou o posto no meio.

"Se não fosse por causa da Rosane Araújo [então editora do Esporte Espetacular] e do Renato Ribeiro [na época diretor da Central Globo de Esportes], eu teria saído da cobertura olímpica", lembrou ela, durante uma conversa sobre feminismo no Rio2C, maior evento do mercado audiovisual brasileiro.

Glenda contou que, depois do terceiro dia de transmissões na Globo, saiu aos prantos porque estava sendo massacrada na internet.

"A coisa foi reverberando, fui vendo os meus 27 anos de dedicação ao Esporte jogados fora, indo pro lixo. Eu não tinha coragem de andar no corredor, aquilo me tomou de um jeito que eu andava curvada, só chorava", lamentou a apresentadora, atualmente no SporTV.

O grande problema, segundo Glenda, foi que ela fez suas transmissões ao lado dos colegas homens. "No primeiro dia, com o Cléber [Machado]; no segundo, com o Galvão; no terceiro, com o [Luís] Roberto. Eu ficava pensando se era algo errado comigo, com meu jeito de narrar, com minha técnica...", contou ela.

Cansada das críticas e do sofrimento, ela decidiu dar um basta. "Eu cheguei na Redação e falei: 'Olha, estou indo embora agora, não vou passar por isso nunca mais na minha vida. Eu não quero mais, vou pra casa, chega!'."

Na mesma noite, Rosane Araújo ligou para a apresentadora. "Ela disse: Glenda, amanhã é o dia da medalha do Diego [Hypólito], você vai narrar sozinha'. E eu narrei, foi um sucesso. O Diego foi medalhista, o Arthur [Nory] também. E aí eu percebi que o hábito das pessoas é escutar uma voz masculina na narração. Ali eu senti o machismo e o preconceito pela primeira vez na minha vida", resumiu.

Foco nelas!

Agora, Glenda Kozlowski valoriza que as mulheres estejam ganhando novos espaços no Esporte. "Vocês vão ter que se acostumar com as vozes das mulheres. Porque, pela primeira vez, a Globo vai transmitir a Copa do Mundo feminina, e em todos os jogos da seleção brasileira, a equipe, repórter e comentarista, vai ser de mulheres. Só não vamos ter narradora. Ainda", ressaltou.

A apresentadora chegou a ser convidada para narrar, mas recusou. "Eu não quero fazer futebol, não quero. Falei que não quero porque não é o meu negócio", disse ela, que prometeu que vai ser só emoção durante as transmissões. "Assistir a isso na Globo, que é como um canhão, acho que eu vou sentar e chorar. Pelas meninas [da emissora], pela Marta, pela Cristiane, por todas elas", adiantou, segurando o choro.

Astrid Fontenelle, uma das outras participantes da mesa feminista, chegou a falar que, na Copa do Mundo do ano passado, o Fox Sports fez transmissões com uma equipe 100% feminina. Mas Glenda não se mostrou muito tocada com a inovação do canal pago, não.

"Você leva uma equipe totalmente feminina, narradora, comentarista, repórteres, e coloca todas elas no Fox 2. Eu quero ver colocar no canal principal, igual a Globo vai fazer agora. Isso eu quero ver", provocou ela. "Vocês vão ver a Ana Thaís [de Mattos], que é a comentarista [escalada pela Globo]. Ela não é repórter, não é apresentadora, é comentarista. Fala de tática, de técnica, de quem prestou, de quem não prestou... Essa mulher é um avião quando fala de futebol."


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