Sucesso no stand-up e nas redes, Diogo Almeida sai da zona de conforto na TV

O comediante Diogo Almeida é um fenômeno com seus shows de stand-up (cujos ingressos se esgotam rapidamente) e nas redes sociais --só no Instagram, são mais de 2,7 milhões de seguidores. Sem querer se acomodar, ele decidiu tentar a sorte também como apresentador. Nesta quinta-feira (18), estreia à frente do programa Turma da Escola, do Comedy Central.

"É sair da zona de conforto, né? Eu estou habituado ao teatro, onde já tenho um domínio, um espaço de controle muito definido. Ir para esse lugar da TV foi um desafio", confessa ele em entrevista exclusiva ao Notícias da TV. "Acho que, toda vez que você deixa a sua zona de conforto, vira um desafio pessoal se encontrar em outro lugar."

Para não sair por completo da área de domínio, o Turma da Escola está dentro do tema que projetou Almeida para o estrelato: confusões relacionadas ao universo da educação e do ensino. Não é à toa que a plateia da atração é formada por professores, justamente o público que abraçou o comediante.

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"Eu sempre quis juntar humor e educação, são duas coisas que caminham juntas. E acho que estamos vivendo um clima até de tensão nas escolas, então resgatar o riso é importante. Pensei: 'E se a gente fizesse um programa que mostre como os humoristas eram na época da escola?'", lembra.

"Porque eles eram anônimos, acho que as únicas pessoas que eram famosas na época da escola eram a Sandy e o Junior (risos). Então, pegamos o humorista e destrinchamos como era a relação dele com a escola, se ele percebe que a escola contribuiu de alguma maneira com o processo de formação dele como humorista, como artista", explica.

A primeira temporada conta com nomes como Maurício Meirelles e Rafinha Bastos, mas também com comediantes que têm experiências escolares bem diferentes, como o francês Paul Cabannes, a alemã Lea Maria e a deficiente visual Tatá Mendonça, a Cega na Comédia. "Acho que a riqueza do primeiro elenco é justamente a diversidade. A gente quis trazer pessoas com histórias engraçadas e peculiares de escola, mas também ampliar a discussão."

"Imagina comparar as experiências de dois estrangeiros na escola em relação aos alunos brasileiros? Ou, no caso da Tatá, vai para outro lugar riquíssimo de detalhes, de curiosidade também. Porque nós não temos a menor noção, estamos acostumados com o modelo de ensino padrão", aponta Almeida.

O próprio apresentador também volta aos tempos de escola e lembra que sua mãe lecionava no mesmo lugar em que ele estudava. "Quando você é filho de professor, fica muito complexo. Se a professora fala 'Vou chamar sua mãe', a minha já está ali. Se você está aprontando, a mãe no fundo olha e pensa: 'Naquele ali eu podia bater, né?' (risos). Tem uma marcação cerrada", admite.

Uma surpresa que ele teve durante as conversas com seus convidados é que, apesar de muita gente imaginar que os comediantes aprontavam todas e eram da turma do fundão, a maioria se sentava mais para o meio da sala --uma posição diplomática para se relacionar com todas as panelinhas.

"Eu mesmo era da 'meiúca' ali, não era nem dos que sentavam na frente, os alunos mais aplicados, nem ficava totalmente no fundão, os bagunceiros. Era do 'centrão pedagógico', digamos assim (risos). Circulava bem com todo mundo, mas brincava mais no meu círculo de amigos mesmo", entrega.

Turma da Escola estreia nesta quinta, às 21h30, no Comedy Central, com a exibição de um episódio por semana. Confira o trailer da atração: