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MEMÓRIA DA TV

Pioneiro em mobilizar o Brasil, No Limite teve racismo, confusões e final vazado

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Zeca Camargo no ano 2000 segurando uma mandala na praia em que foi gravado o No Limite

Zeca Camargo apresentou a primeira edição do No Limite, da Globo, há 21 anos

THELL DE CASTRO

Publicado em 9/5/2021 - 6h45

Pioneiro em mobilizar todo o país, em 2000, o No Limite não foi o primeiro reality show da história da televisão brasileira por questão de dias. A atração da Globo, que retorna na próxima terça (11), perdeu essa primazia para o inovador 20 e Poucos Anos, da MTV.

Baseado no formato do norte-americano Survivor, o programa estreou em 23 de julho daquele ano, reunindo pessoas comuns que passavam por situações que exigiam resistência física e psicológica em busca de um grande prêmio em dinheiro. Sem a mesma repercussão, a atração da MTV estreou no dia 5 de julho. Mas quem entrou para a história foi o programa da Globo, que ainda teve mais três edições.

A primeira edição foi gravada numa praia deserta a 100 quilômetros de Fortaleza (CE), onde a ação acontecerá novamente agora. Na disputa, estavam 12 competidores: a dona de casa Hilma, o bailarino Vanderson, o advogado Marcus, a estudante de serviços sociais Juliana, o aposentado Chico, o líder comunitário Paulo César (Amendoim), a cabeleireira Elaine, o motociclista Thiago, a atriz Pipa, a estudante de ensino médio Hilca, o bancário Jeferson e a advogada Andréa.

Logo após a estreia, surgiram as primeiras polêmicas. Uma delas envolveu Amendoim, morador da favela da Rocinha, do Rio de Janeiro (RJ), que se sentiu discriminado pelos demais participantes e denunciou Marcus por racismo, por tê-lo chamado de "crioulo". Apesar das brigas, os dois selaram a paz no palco do Domingão do Faustão, em agosto de 2000.

Marcus, aliás, acabou causando outras confusões. Ele foi chamado de "come e dorme" pelos demais participantes, disse que "pegaria" a gaúcha Pipa, que era casada, e batizou duas galinhas pretas que ganhou de Hilca e Amendoim. Além disso, chamou Hilca de "gorda" logo na estreia da atração.

Desde o início, a audiência explodiu. Sofrendo nas noites de domingo com o Topa Tudo por Dinheiro, do SBT, o No Limite deu altos índices logo de cara.

Na estreia, foram registrados 46 pontos de média, com 49 de pico, audiência parecida com a de Laços de Família, novela das oito que havia estreado na mesma época. A média dos episódios ficou na casa dos 45 pontos.

Antes da hora

Curiosamente, o recorde de Ibope do No Limite foi conquistado na semifinal, que registrou 52 pontos de média e 56 de pico --mais de 4,1 milhões de pessoas acompanharam a disputa.

A finalíssima, que aconteceu no dia 10 de setembro de 2000, teve 50 pontos de média e 55 de pico. O motivo para a queda seria a revelação da vencedora antes da hora, já que a última prova foi gravada com antecedência. Já se sabia quem havia ganhado, e a informação foi divulgada na mídia pouco antes da exibição. Mesmo assim, foram excelentes números.

Quem ganhou o primeiro No Limite foi a cabeleireira paulistana Elaine, de 35 anos. "Ela entrara na disputa desacreditada por ser 'gordinha'. Com a dieta forçada de 250 calorias diárias do programa, voltou para casa com 12 quilos a menos", destacou o site Memória Globo.

Elaine venceu Pipa, considerada a favorita. As participantes precisavam recuperar uma mandala no mar revolto e retornar à praia, cada uma a bordo de um bote inflável. O barco de Pipa foi atingido por uma onda e emborcou, fazendo-a perder a mandala.

Elaine manteve-se firme e levou os prêmios para casa: R$ 300 mil e um carro zero quilômetro, além de ter ficado famosa em todo o Brasil.

Antes de retornar apenas com ex-participantes do BBB, o No Limite ainda foi exibido duas vezes em 2001 e novamente em 2009, sem a mesma repercussão.


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