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MUDANÇAS NO CALENDÁRIO

Globo quer 'reposicionamento dos estaduais' para ter Brasileirão o ano inteiro

MARCELO CORTES/FLAMENGO

O flameguista Bruno Henrique comemora gol marcado pelo Flamengo no Campeonato Brasileiro

O Flamengo, de Bruno Henrique, é o atual campeão brasileiro: Globo quer competição o ano inteiro

REDAÇÃO

Publicado em 23/1/2020 - 5h14

A Globo não está satisfeita com o atual calendário do futebol brasileiro e defende mudanças nas datas das competições. O principal desafio da emissora é conseguir convencer CBF (Confederação Brasileira de Futebol), federações e clubes a espalhar as 38 datas do Campeonato Brasileiro ao longo do ano inteiro, não mais de maio até dezembro. Para isso, a TV quer um "reposicionamento dos estaduais".

Essa intenção foi confirmada por Fernando Manuel Pinto, diretor de direitos esportivos do Grupo Globo, em entrevista ao Blog do Rodrigo Capelo no Globoesporte.com. O projeto para a alteração tem explicações financeiras.

"O calendário é um item de muita influência não apenas esportiva, mas também comercial. Somente uma competição nacional no ano todo seria capaz de trazer todos os brasileiros para assistir aos jogos nacionais. O torcedor do Ceará certamente prefere ver um jogo contra o Flamengo, contra o Grêmio, ou mesmo contra o Avaí, uma partida relevante por disputa de vaga, rebaixamento e até mesmo para o Cartola", justificou o executivo.

O Cartola é o principal fantasy esportivo do país. A cada rodada do Campeonato Brasileiro, a plataforma tem mais de 5 milhões de times escalados, o que aumenta os acessos do aplicativo e do site esportivo da Globo, permitindo uma entrega alta de visualizações das campanhas dos patrocinadores do futebol no digital. O serviço ainda tem mais de 400 mil assinantes que pagam por experiências exclusivas.

O problema para a Globo é que o Cartola só funciona no Campeonato Brasileiro porque envolve uma difícil negociação por direitos de imagem de atletas e treinadores, que não vale a pena ser feita nos estaduais.

O objetivo da TV, segundo o executivo, não é acabar com as disputas regionais, mas sim fazer com que eles tenham datas espaçadas ao longo de toda a temporada juntamente com a competição regional.

"Um reposicionamento dos estaduais, para coexistir com o Brasileirão, pode fortalecer não apenas as competições nacionais mas também valorizar os próprios estaduais, que durariam ainda mais e não apenas em meio ao verão e ao retorno das férias, propiciando atividades mais longas para os diversos clubes que têm nele sua principal competição", explicou Fernando Manuel Pinto.

"Ou seja, algo positivo para a indústria, para o futebol. Todos temos que nos preocupar com o aspecto financeiro", disse o diretor de direitos esportivos.

LAÍS TORRES/CBF

Fernando Manuel Pinto, diretor de direitos esportivos do Grupo Globo, em evento da CBF


Assinantes do Premiere

O pay-per-view é um outro ponto de interesse para a Globo espaçar o Campeonato Brasileiro no calendário. Durante os estaduais, muitos assinantes cancelam o serviço e só voltam a comprá-lo durante o nacional.

Neste ano, a evasão de clientes tende a ser ainda maior, considerando que a Globo não entrou em acordo com o Flamengo para a transmissão televisiva do Campeonato Carioca. O Rubro-Negro foi o clube com o maior número de torcedores assinantes no ano passado.

As mudanças no calendário podem acontecer a partir de 2022, quando acaba o contrato da emissora com o Paulistão, estadual mais rentável do país. De acordo com Fernando Manuel Pinto, a alteração só pode ser feita se for interesse da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), federações e clubes.

"A Globo não é gestora do futebol, ela é parceira do futebol. Muitas vezes eu falo algumas coisas para contribuir no debate, e as pessoas entendem como um posicionamento de toda a Globo. Na verdade, a Globo fica atenta para saber o que a CBF, as federações e os clubes vão decidir, que caminho eles vão tomar", avisa o executivo.

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