CAÇA-TEMPESTADES
DIVULGAÇÃO/HISTORY

O jornalista Ernesto Paglia e a cineasta Iara Cardoso durante as gravações na Amazônia
A nova série documental Caça-Tempestades, com o jornalista Ernesto Paglia, estreia nesta quarta-feira (5) pegando carona nas discussões e na mobilização sobre a causa climática na COP 30, que acontece em Belém em novembro. No entanto, apesar de tratar de fenômenos da natureza, a estratégia da produção é justamente não "pesar o clima" em torno do assunto.
O formato não é exatamente uma novidade na TV. Após prévia no Fantástico, ainda no início de 2025, Caça-Tempestades agora chega completa ao History, em quatro episódios. O conteúdo inédito detalha a expedição realizada por Paglia ao lado da cineasta Iara Cardoso e o cientista Osmar Pinto Junior.
O trio apostou em um material muito mais "cinematográfico" do que didático. "Não temos a pretensão de dizer que entendemos de tudo. Podem vir surpresas, novidades que nós nem estamos pensando e que podem trazer problemas muito grandes para a humanidade e, particularmente, para o povo brasileiro", disse o cientista Osmar Pinto Júnior, o membro mais "técnico" da equipe, em conversa com o Notícias da TV.
A Amazônia, foco da série, é também o centro das tempestades mais frequentes registradas no país --que já é considerado o campeão mundial de raios. A equipe de caçadores de tempestades tenta revelar os segredos do lar da maior biodiversidade do planeta enquanto busca imagens impressionantes --e assim, quem sabe, capturar também a atenção do público.
"É muito importante que a pessoa que vai ver o documentário se sinta envolvido, se sinta atraído por ele. Porque nós estamos um pouco cansados também daquela coisa de falar só notícia ruim, 'vai morrer tanto, vai terminar'", disse o cientista.
Precisa ter alguma coisa que traga gente, porque senão você faz um documentário muito bom, e a pessoa desliga, muda de canal, porque ela não quer ficar deprimida. Nós precisamos juntar a beleza da Amazônia com a gravidade dos problemas, que aí a pessoa, sem querer, se sente atraída pelas belezas, mas também recebe um pacote de questões de alerta.
Acumulando quase 500 horas de material bruto, a produção retrata os temporais essenciais para o equilíbrio climático global e mostra como, diante dos efeitos das mudanças do clima, esses fenômenos impõem desafios crescentes às comunidades locais.
"É um truque", confessou Paglia. "Porque as pessoas podem até ser atraídas por uma má notícia até certo nível, mas depois de um certo ponto vai ficando realmente muito pesado, né? A gente já tem uma vida muito demandante, um ritmo de vida pesado, e aí você vai assistir um documentário e lá vem o doutor Osmar e o Ernesto com uma má notícia de novo", brincou o jornalista.
Paglia, que desde que deixou a TV Globo tem atuado em projetos audiovisuais independentes voltados à divulgação das mudanças climáticas, assumiu que a equipe buscou uma linguagem que estimulasse o público a prestar atenção no tema abordado: a emergência climática global.
"Buscamos inspiração nos filmes lá de Hollywood para que pudéssemos ter uma maneira interessante de comunicar uma informação que é complicada", explicou ele, ressaltando que isso foi feito de uma maneira original --e sem deixar de lado o tom de denúncia.
Caça-Tempestades estreia nesta quarta-feira (5), às 18h45, no canal History. Já o History 2 reprisará a série aos domingos, a partir do dia 9, às 22h.
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