HALLELUJAH
REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Wanessa Camargo nos bastidores da Dança dos Famosos; Hallelujah é bem diferente na original
O Domingão com Huck mostrou a cantora Wanessa Camargo cantando um trecho de Hallelujah nos bastidores da Dança dos Famosos. Apesar da canção ter sido adaptada no Brasil como um louvor, a letra original passa bem longe de motivos religiosos e, inclusive, foi escrita por Leonard Cohen (1934-2016) –judeu que acabou que se convertendo ao budismo e até mesmo se tornou monge zen.
A atração da Globo neste domingo (5) mostrou a filha de Zezé di Camargo cantando os versos “aleluia, aleluia” como forma de pontuar o azar do Grupo B, que acabou perdendo Gracyanne Barbosa por causa de uma lesão.
Hallelujah, de Leonard Cohen, não é uma música gospel nem religiosa no sentido tradicional. Apesar de usar a palavra hebraica “aleluia” (louvem ao Senhor, em tradução livre) e referências bíblicas --como Davi e Sansão—, o sentido da canção é simbólico e humano, não litúrgico.
Cohen escreveu a música em 1984, explorando os contrastes entre o sagrado e o profano, o amor espiritual e o amor carnal. O “hallelujah” que ele canta é um grito de aceitação da vida, com todas as suas falhas, dores e belezas --um “aleluia” não de fé cega, mas de resignação e compreensão da condição humana.
Por isso, embora soe como uma balada espiritual, o verdadeiro significado está mais ligado à espiritualidade pessoal e à complexidade das emoções humanas do que à religião. Versões posteriores --como as de Jeff Buckley e Rufus Wainwright-- reforçaram esse tom melancólico e universal, afastando ainda mais a canção de qualquer leitura puramente gospel.
A canção ganhou ainda mais notoriedade ao ser incluída na trilha sonora do filme Shrek (2001), na voz de Wainwright, que é abertamente bissexual A partir dali, “Hallelujah” passou a ser reinterpretada em inúmeros contextos — de reality shows a cerimônias religiosas —, muitas vezes sem conexão com o sentido original de Cohen.
No Brasil, a música ganhou uma versão adaptada para o gospel, com nova letra e tom de louvor, popularizada em igrejas e apresentações televisivas. Essa releitura transformou a canção em um hino espiritual para o público evangélico, ainda que a composição original de Cohen fale mais sobre amor, perda e humanidade do que sobre fé ou salvação.
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