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TV DO FUTURO

Com nova TV digital, canais abertos poderão ter imagem 4K e áudio imersivo

REPRODUÇÃO

Telespectador altera configurações de áudio da TV digital

Áudio personalizado permitirá aumentar volumes do narrador e da torcida de maneira independente

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 10/4/2021 - 6h50

A "TV do futuro" será gerenciada por aplicativos, que darão ao telespectador a possibilidade de alternar naturalmente entre a TV aberta e os conteúdos de internet oferecidos pelas emissoras. Outras novidades são a chegada do áudio imersivo, que já está em teste, e o suporte às transmissões em 4K e 8K, previsto para 2023.

Todas estas inovações fazem parte da proposta que o Fórum do SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre) deve apresentar ao governo até o final do ano. Chamado de TV 3.0, o projeto irá definir o futuro da TV digital aberta no Brasil.

Parte dos novos recursos já vem sendo testada pelas emissoras. Telespectadores da Globo na Grande São Paulo puderam acompanhar alguns jogos do Corinthians no Campeonato Brasileiro 2020 com a tecnologia de áudio imersivo, que propaga o som em 360°.

"A TV digital passou de 5.1 canais, opção oferecida desde 2007, para tridimensional", diz Luiz Fausto, coordenador do Módulo Técnico do Fórum SBTVD. Na prática, isto significa que, se você tiver um televisor, home theater ou soundbar compatível com a tecnologia Dolby Atmos, poderá ter uma experiência sonora mais envolvente e real nestas transmissões.

Nos jogos de futebol, por exemplo, a sensação é de estar na arquibancada do estádio, com sons se movimentando de um lado para o outro, de frente para trás e de cima para baixo. Outra inovação é o áudio personalizado, que permite ao telespectador aumentar o volume do narrador ou o da torcida do seu time de maneira independente, por exemplo.

4K ainda vai demorar

Por enquanto limitada à resolução Full-HD, a TV digital brasileira se tornará Ultra HD, suportando a definição 4K para TV aberta, quando o projeto de TV 3.0 for aprovado e entrar em vigor. Isso só deve acontecer em 2023.

Até lá, as emissoras poderão explorar a altíssima resolução através de streamings de vídeo disponíveis a partir da ferramenta de interatividade do sistema. "Ainda não sabemos se a TV 3.0 permitirá transmitir TV digital aberta em resolução 8K, ou se essa definição ficará restrita às opções de conteúdo por streaming", afirma Fausto.

Antes da chegada do 4K, os telespectadores poderão assistir a transmissões de TV digital Full-HD com tecnologia HDR, de High Dynamic Range. As emissoras já estão produzindo conteúdos deste tipo, que apresentam imagens com maior fidelidade de cores, brilho e contraste. A limitação ainda está nos televisores. Como a especificação foi definida em 2020, os primeiros aparelhos compatíveis devem ser lançados ainda este ano.

REPRODUÇÃO

A "TV do futuro" será baseada em aplicativos  

O mesmo acontece com o recurso de interatividade da TV digital. A nova versão, chamada de DTV Play, estará presente em 30% dos televisores fabricados no Brasil em 2021, passando para 60% e 90% nos próximos anos. A ferramenta é uma evolução do Ginga, que não decolou.

Quando a TV digital chegou ao Brasil, em 2007, havia grande expectativa em torno da interatividade. Na verdade, o sonho da telespectadora de clicar no vestido da protagonista da novela e ser direcionada para um site de compras onde a mesma peça estava sendo vendida nunca saiu do papel.

"Tínhamos poucas TVs conectadas e baixa adesão à internet banda larga naquela época", comenta Fausto. "Além disso, o processador dos televisores era muito limitado."

Da parte das emissoras, a conta também não fechava. O custo de desenvolvimento tecnológico era alto, e não havia perspectiva de recuperar o investimento.

Segundo ele, o cenário atual é bem diferente, permitindo criar um novo modelo de negócio, que será beneficiado pela integração entre a TV e a internet: "Na TV 3.0, a experiência não será mais baseada em canais, mas em aplicativos, que vão gerenciar toda a apresentação do conteúdo".

Ou seja: do programa de TV, o telespectador poderá seguir "de forma fluida" para um vídeo na internet indicado pela emissora ou um site de compras no celular.


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