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PREPARE O BOLSO

Com alta de 22,31% em 12 meses, preço de TVs dispara na pandemia

EDUARDO BONJOCH/NOTÍCIAS DA TV

TVs à venda em loja na cidade de São Paulo

A falta de componentes importados vem provocando aumento no preço das TVs nas lojas

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 31/7/2021 - 6h25

As TVs ficaram 22,31% mais caras nos últimos 12 meses, sendo o produto eletroeletrônico que mais subiu de preço neste período de pandemia. Considerando apenas o primeiro semestre de 2021, o aumento já é de 11,64%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mede a variação de custo de vários itens e serviços comercializados no varejo brasileiro para obter o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

Alguns meses tiveram maior peso no resultado e foram decisivos para empurrar ainda mais os preços das TVs para cima. Em dezembro e junho de 2020, por exemplo, o aumento no custo dos televisores foi de 3,46% e 3,38% em relação aos meses anteriores. Neste ano, a maior elevação se deu em maio, 3,27%.

Para André Filipe Guedes, analista da pesquisa, dois fatores ajudam a explicar esta alta nos preços das TVs. "A falta de matéria-prima e de componentes importados se agravou com a pandemia, aumentando os custos de produção", diz ele. "Há também a questão cambial, que tem grande impacto no bolso do consumidor."

A Eletros, Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, confirma que as variações de preços nas lojas são reflexo da forte pressão nos custos dos insumos e de produção, em especial nos semicondutores, fretes internacionais e plástico. Mesmo assim, a entidade afirma que, até o momento, a crise gerada pela pandemia não resultou em falta de televisores no varejo.

Embora não haja um recorte mais específico dos números do IBGE por tecnologia ou tamanho de tela, Paulo Sérgio Correia, consultor na área de vídeo há mais de 45 anos, acredita que TVs mais baratas tendem a apresentar maior aumento nos preços. "São produtos vendidos com baixa margem de lucro", comenta.

De acordo com ele, a lógica é simples. "Se os componentes ficam mais escassos e caros, o fabricante que não quer ter prejuízo se vê obrigado a repassar os custos das telas mais básicas quase que integralmente ao consumidor." Segundo a Eletros, alguns fabricantes decidiram reduzir a margem de lucro porque têm interesse em manter os preços das TVs mais acessíveis para a manutenção das vendas.

O estudo do IBGE também revelou um crescimento significativo no preço de videogames e computadores pessoais, que tiveram aumento de 15,05% e 11,24% nos últimos 12 meses. Com isso, conquistaram o segundo e o terceiro lugares na lista de eletroeletrônicos que ficaram mais caros para o consumidor, logo atrás das TVs.

Fabricantes nacionais em desvantagem

Para a Eletros, a crise desencadeada pela pandemia pode afetar mais os fabricantes nacionais no futuro. Isso porque as marcas estrangeiras costumam negociar grandes volumes de componentes de forma mundial, conseguindo vantagens comerciais.

A Samsung afirma que está globalmente se esforçando para suavizar os impactos e pretende continuar trabalhando com os parceiros para superar os desafios de fornecimento. A LG do Brasil também confirma as dificuldades enfrentadas no setor, mas diz que não faltará matéria-prima em 2021. "Mesmo com o cenário de pandemia, conseguimos estudar o mercado e nos programar com antecedência", declara Pedro Valery, especialista de TVs da empresa.


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