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FRANQUIA CHICAGO

Ignoradas pelo Emmy, séries tipo 'caso da semana' dominam audiência da TV paga

Divulgação/NBC

Jesse Spencer em frente a um caminhão dos bombeiros, veste uniforme e segura um machado. Ele está sujo de cinzas

Jesse Spencer vive o bombeiro Matthew Casey em Chicago Fire, série mais vista da TV paga no Brasil

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 4/8/2021 - 6h20

Serviços de streaming têm investido cada vez mais em séries com narrativas contínuas, tramas que se estendem por toda a temporada --ou durante vários anos. Mas, segundo dados da Kantar Ibope, o público quer ver mesmo atrações do gênero procedural, com "casos da semana" que começam e terminam no mesmo episódio. As seis séries mais vistas da TV paga brasileira seguem esse formato --com supremacia total da franquia One Chicago, que ocupa as três primeiras posições.

O topo da lista fica com a série que deu o pontapé na franquia, Chicago Fire, que estreia sua décima temporada em setembro nos Estados Unidos. Chicago P.D., rumo ao nono ano, vem em segundo lugar. E Chicago Med, que vai entrar na sétima leva de episódios, fecha o pódio da audiência. Depois, vêm Law & Order: SVU, FBI e seu spin-off, FBI: Most Wanted. Todas as seis são exibidas no Brasil pela Universal TV.

O sucesso de atrações do gênero é surpreendente, já que o público brasileiro está acostumado às narrativas das novelas, com histórias que se estendem durante meses até serem resolvidas. Assim, era de se esperar que dramalhões como This Is Us e Grey's Anatomy (que usa o "caso da semana" como elemento narrativo para desenvolver a trama mais longa dos médicos) tivessem mais audiência. Não é o caso.

"As séries procedurais são desenvolvidas de maneira pensada para segurar o público. O próprio arco dramático, a narrativa que começa, se desenvolve e termina no mesmo episódio, tudo tem um aspecto técnico de construção de roteiro para que haja esse ciclo de audiência", defende Gabriel Williams, diretor de Produto e Marketing da NBCUniversal Brasil, ao Notícias da TV.

O chefão também define que, por conter narrativas fechadas, a série com "caso da semana" facilita o retorno do espectador que perdeu algum episódio, ao contrário do que acontece com obras com trama contínua, mais difíceis de acompanhar por quem deixa de ver uma sequência de capítulos.

Outro ponto alto? Por abordar um caso por semana, as séries procedurais conseguem se manter extremamente atuais, usando acontecimentos tirados das páginas de jornal --Law & Order: SVU é um exemplo clássico disso. Isso aproxima o público da história.

"Uma série que tem uma boa equipe de roteiristas vai buscar justamente essa conexão com o público para manter sua longevidade e sua permanência no ar", completa Yuan Wong, analista de produto da NBCUniversal.

Prêmio dá audiência?

No mundo das séries, obter várias indicações a premiações não se traduz necessariamente em sucesso de público. A comédia Ted Lasso, por exemplo, é recordista de nomeações ao Emmy deste ano, mas é apenas 89ª atração mais vista em plataformas de streaming. Já o drama Lovecraft Country recebeu seis indicações, mas foi cancelado pela HBO e não terá segunda temporada.

Séries procedurais raramente emplacam uma vaga entre os indicados ao Emmy --os votantes têm privilegiado narrativas mais amarradas. Chicago Fire, líder de audiência na TV paga brasileira, nunca recebeu uma nomeação, nem mesmo em categorias técnicas. Law & Order: SVU chegou a vencer o Emmy de melhor atriz em série de drama em 2006, mas Mariska Hargitay não é lembrada pelos votantes desde 2011.

Mesmo em séries que fogem do gênero procedural, ter audiência não é garantia de prêmios. The Walking Dead, que durante anos foi o programa mais visto da TV norte-americana, só ganhou dois Emmys --de melhor maquiagem. E Yellowstone, que superou o drama zumbi no quesito público, foi indicado pela primeira vez neste ano, em uma categoria menor, design de produção.


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