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CRÍTICA SOCIAL

Em alta na Netflix, Maldivas monta sátira ao governo com enredo intrincado

REPRODUÇÃO/NETFLIX

Manu Gavassi como Milene em Maldivas, série da Netflix

Série da Netflix, Maldivas monta sátira ao governo e público reage com associações do enredo

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 25/6/2022 - 6h35

A série Maldivas, da Netflix, estreou no último dia 15 e desde então não deixou a lista de mais vistos do ranking da plataforma. O sucesso imediato gerou repercussão, e o público passou a perceber também sátiras estrategicamente posicionadas ao atual governo, tudo em meio ao enredo intrincado.

A série acompanha a vida de quatro mulheres que, por diferentes motivos, vão morar em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e se tornam amigas. A personagem de Manu Gavassi, Milene, é a síndica do Maldivas, de modo que é ela quem comanda o dinheiro recebido pelo condomínio e quem lidera as reuniões com os moradores. 

Ainda no início da trama, é possível ouvir a seguinte frase ser proferida por uma das moradoras: "Maldivas acima de tudo, Deus acima de todos". As palavras, como notou o público, se assemelham a um dos slogans de campanha de Jair Bolsonaro durante as eleições de 2018: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". A passagem gerou assunto nas redes sociais.

"A eleitora de Bolsonaro aqui", começou a internauta Livia Barrada no Twitter, usando um print da passagem. "A série Maldivas é uma crítica maravilhosa do condomínio do Bolsonaro e sua trupe", reforçou Marina, outra internauta. "Maldivas usando a frase do Bolsonaro", observou mais um, identificado apenas como Mitchell Pritchett. 

Além da frase que aparece nos primeiros minutos da série, o público descobre pouco depois que Milene, além de desviar dinheiro do condomínio, também tem um esquema com a milícia da região, um acordo chamado de "rachadinha" na série. 

Vale lembrar que, em 2019, um dos filhos de Bolsonaro se envolveu em um escândalo de lavagem de dinheiro que foi tido como um esquema de rachadinha. Tratava-se de um repasse ilegal de salários em seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Flávio Bolsonaro chegou a ser apontado pelo Ministério Público como o chefe do esquema, mas negou tudo. 

Manu Gavassi, figurando como a síndica corrupta do condomínio, vai ainda além da rachadinha, dando ao público uma única pista acerca do chefe da milícia com quem trabalha: um codinome. Capitão Rafael é o personagem de Alejandro Claveaux, que é chamado o tempo todo apenas pela alcunha de Capitão --o atual presidente do país é um capitão reformado do Exército Brasileiro. 

O termo "milícia", aliás, jamais é mencionado, embora o público o tenha usado como forma de reconhecimento e paralelo com a realidade. "A personagem da Manu em Maldivas que é síndica de um condomínio na Barra e tem conchavo com a milícia", afirmou um internauta identificado apenas como Mikey no Twitter. "Manu Gavassi interpretando Jair Bolsonaro versão Barbie na série Maldivas", reconheceu Natacoada, outra internauta. 

Maldivas conta com sete episódios de pouco mais de 30 minutos cada e ainda não foi renovada para uma segunda temporada. Na internet, o público espera que haja mais história, já que alguns ganchos foram deixados em aberto no enredo principal. 


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