Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
Pesquisar

Buscar

IGOR VERDE

'É terror sobre quem somos e o que amamos', avisa criador da série Reencarne

ESTEVAM AVELLAR/TV GLOBO

Taís Araújo caracterizada como a delegada Lopes, da série Reencarne, do Globoplay

Taís Araújo interpreta a delegada Lopes, chefe da Divisão de Homicídios, na série Reencarne

MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiasdatv.com

Publicado em 15/10/2025 - 16h00

Aos 37 anos, Igor Verde vive um de seus momentos mais produtivos. Roteirista e diretor, ele estreia no próximo dia 23 a série Reencarne, no Globoplay, enquanto finaliza as gravações de Fúria, da Netflix. Em seguida, o profissional volta à Globo para dirigir A Nobreza do Amor, próxima novela das seis. Também assina Capoeiras, produção do Disney+ que une espiritualidade e ancestralidade afro-brasileira.

Criada durante a pandemia, Reencarne nasceu de uma conversa de Verde sobre morte e fé com sua companheira, Flávia Lacerda. "É um terror sobre quem somos e como a memória molda a forma como amamos", diz.

Verde divide a criação e direção com Flávia Lacerda, Juan Julian, Amanda Jordão e Elisio Lopes Jr., e assina a direção artística ao lado de Bruno Safadi e Noa Bressane.

A série mistura terror, melodrama e existencialismo ao retratar um policial que reencarna no corpo de uma jovem. "O Brasil é profundamente reencarnacionista, mesmo entre católicos. Essa crença revela um desejo de imortalidade", explica Verde.

Ambientada no cerrado goiano, a trama trata de identidade, amor e morte. A história gira em torno de Túlio (Welket Bungué), ex-policial que sai da prisão após 20 anos, condenado pela morte de seu melhor amigo, Caio (Pedro Caetano). Sua vida muda radicalmente quando Sandra (Julia Dalavia) aparece dizendo ser a reencarnação de Caio.

Enquanto isso, o cirurgião Feliciano (Enrique Diaz) ultrapassa todos os limites para salvar sua mulher doente, e a delegada Bárbara Lopes (Taís Araujo) investiga uma série de assassinatos marcados por ferimentos misteriosos . Ela começa a viver experiências sobrenaturais que desafiam sua visão racional do mundo.

Contador de histórias

Formado na prática entre cinema, TV e literatura, Verde se define como um contador de histórias mais do que diretor ou roteirista. Transita por gêneros e formatos. "Acho que a gente está num momento em que tudo isso é debatido o tempo todo. O que é ser quem somos?", comenta.

divulgação

Igor Verde

O roteirista e diretor Igor Verde

Nos últimos anos, seu nome esteve em títulos, como a novela Mania de Você e os filmes Bicho Monstro e O Continente, todos lançados em 2024. Agora, com quatro grandes projetos em diferentes plataformas, o criador reforça sua aposta num audiovisual brasileiro diverso, popular e a serviço do povo.

A série Fúria

Enquanto Reencarne estreia, Verde encerra as filmagens de Fúria, série de ação e mistério ambientada no universo do MMA. "É a história de um lutador encontrado vivo no lixão com uma bala na cabeça e sem memória. Ele tenta reconstruir quem é enquanto o passado o persegue. Eu volto sempre a esse tema, porque identidade é o coração de tudo", conta.

A produção de seis episódios traz nomes como Eduardo Moscovis, Fabio Lago, Alice Carvalho e Claudia Raia, com codireção de José Henrique Fonseca e Flávia Gomes.

A Nobreza do Amor

Após as séries, Verde retorna à televisão aberta com A Nobreza do Amor, próxima novela das seis. "Amo fazer novela. É o que o meu povo assiste, é onde o trabalhador brasileiro se reconhece. A novela é a grande fogueira do Brasil", afirma.

Ele revela que negociou com a Globo e reorganizou sua agenda para não interromper esse trabalho: "Não queria parar o exercício de fazer novela. É o gênero que mais faz sentido pra mim".

A série Capoeiras

Produção do Disney+, Capoeiras une espiritualidade e cultura afro-brasileira. "Capoeira e candomblé são mais do que resistência, são reconstrução cultural", diz Verde.

O diretor explica que o segredo para a "verdade" passada na tela foi o respeito: "As pessoas que estavam naquela roda eram da capoeira e do candomblé. Não é sobre inventar, é sobre registrar o que já existe. Meu trabalho foi ser transparente e deixar o fluxo acontecer diante da câmera".

A trama gira em torno de um mistério e da ligação entre fé, corpo e ancestralidade. "É o retrato do Brasil profundo, com uma roda que gira há séculos e continua viva."

Visão de futuro

Entre uma gravação e outra, Verde também escreve seu segundo livro e prepara um texto teatral. Com olhar crítico sobre o mercado, ele defende o fortalecimento da produção nacional: "Nosso audiovisual precisa ser cada vez mais equânime e diverso. Tem que refletir o Brasil que acorda cedo e quer se ver na tela".


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.