TÓIA FERRAZ
DIVULGAÇÃO/HBO MAX

Tóia Ferraz nos bastidores de Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, nova série da HBO Max
Tóia Ferraz encara um dos maiores desafios de sua carreira ao interpretar Marion em Ângela Diniz: Assassinada e Condenada. A série, que estreia em 13 de novembro na HBO Max, revisita o feminicídio que chocou o Brasil nos anos 1970 e expôs o machismo estrutural do país. A atriz afirmou que há um impacto inevitável em participar de uma produção tão pesada, além de levantar uma insatisfação com o fato de que o destino trágico de Ângela é o mesmo de muitas mulheres atualmente.
"É um misto de orgulho por poder fazer parte de algo tão poderoso e necessário, com a frustração de perceber que ainda é uma história muito atual e que a gente ainda precisa lutar tanto pelo básico", afirmou ela em entrevista ao Notícias da TV.
Durante a preparação, Tóia se deparou com situações que soam dolorosamente familiares. Ela relembrou a primeira leitura do roteiro ao lado do elenco, quando Emilio Dantas interpretou Doca Street (1934-2020), condenado pelo assassinato da socialite.
"Eu reconheci aquele homem. Porque Docas Streets ainda estão entre nós. E são muitos. Isso é aterrorizante, porque mostra que, apesar das conquistas, a estrada ainda é longa", pontuou.
A atriz contou que todo o time ficou emocionalmente mexido ao fim da leitura. "Quando a leitura terminou, estávamos todos, incluindo o Andrucha [Waddington, diretor da série], visivelmente emocionados. É incrível poder contar essa história com o respeito e a atenção que ela merece, e, quem sabe, provocar alguma reflexão", disse.
A série pretende revistar alguns dos aspectos mais marcantes do caso, incluindo o polêmico julgamento. De primeira, Doca Street foi absolvido, o que gerou protestos feministas por todo o Brasil.
"Os advogados da família de Ângela e de Doca deram um verdadeiro show de interpretação durante o processo e, no fim, por serem bons amigos, apertaram as mãos e seguiram em frente. Ela nunca teve a justiça que merecia, mas o espetáculo estava ali: cru, real, impossível de ser ignorado ou mesmo esquecido", ponderou.
O peso do projeto também trouxe aprendizados pessoais para Tóia. Ao contracenar com Marjorie Estiano, intérprete de Ângela Diniz, a atriz não economizou elogios. "Já conheci algumas atrizes no nível dela, mas nunca alguém tão gigante no sentido mais puro da palavra. A Marjorie é uma artista incrível e, ao mesmo tempo, um ser humano ainda maior", enalteceu.
Ela ressaltou a delicadeza da colega em dar vida à personagem. "Ela construiu a Ângela de forma linda: delicada, forte, falha, humana. Estava atenta a cada detalhe no set, com um poder de foco e disciplina que poucas vezes presenciei. Acho que vai ser impossível não sentir essa força na tela e não se emocionar com ela."
Além de valorizar a potência da protagonista, Tóia destacou a importância de trazer à tona novamente uma história que, apesar de antiga, ainda ecoa na realidade brasileira. "É aterrorizante perceber como continua atual. Mas também é uma oportunidade de provocar discussão e de expor um machismo que precisa ser enfrentado", avaliou ela.
Segundo a intérprete, o resultado é um trabalho intenso, que vai além da dramaturgia e toca em questões sociais urgentes. Assista ao trailer na íntegra:
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