A lição que galã de Emily em Paris precisa aprender com atriz de Grey's Anatomy

Intérprete do chef Gabriel na série Emily em Paris, o francês Lucas Bravo não segurou a língua e criticou abertamente o roteiro da produção da Netflix e os rumos que os escritores deram para o seu personagem. Mas isso não o impediu de se inscrever no Emmy 2025 e tentar uma indicação inédita a melhor ator em série de comédia.

É o caminho oposto ao tomado por Katherine Heigl, a eterna Izzie Stevens de Grey's Anatomy. Para quem não se lembra, em 2007, a artista havia vencido o Emmy de melhor atriz coadjuvante em série de drama --ela é, até hoje, a única integrante do elenco fixo a ser premiada no "Oscar da televisão". Mas, no ano seguinte, ela sequer se inscreveu para a disputa.

Questionada sobre o motivo de não ter colocado seu nome na corrida pelo Emmy 2008, ela foi bastante sincera. "Eu não achei que recebi um material bom o suficiente para ser indicada e, em uma tentativa de manter a integridade da academia organizadora, retirei meu nome da competição."

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A declaração de Katherine repercutiu de maneira negativa na época, e ela acabou deixando o drama médico em 2010. No ano passado, a atriz chegou a admitir que se arrependeu de ter sido tão honesta. "Eu deveria ter dito: 'Nossa, esqueci de enviar minha inscrição'. Porque aquilo criou um turbilhão  que era muito desnecessário", falou ao podcast de Shannen Doherty (1971-2024). 

"Eu tentei ser sarcástica sobre o material que os roteiristas tinham me dado naquele ano, mas eu realmente não estava gostando dos rumos de Izzie na série. Eu não achei que tinha alguma coisa que valesse uma indicação. E não estava orgulhosa do meu trabalho. Só quis ser íntegra", resumiu a artista.

Lucas Bravo, por sua vez, decidiu tentar uma indicação mesmo sem gostar dos roteiros de Emily em Paris. Ele falou tão mal da série que chegou a cogitar deixar o elenco --no fim das contas, porém, o francês acabou acertando seu retorno para a quinta temporada, que está sendo rodada atualmente.

"Três temporadas atuando melancólico, triste, deprimido e perdido não é mais divertido. É uma comédia, todo mundo está se divertindo ao meu redor, todo mundo está pulando, e eu estou lentamente afundando sabe Deus no quê", disparou ele em entrevista ao site IndieWire em outubro do ano passado.

"O 'chef sexy' fez parte de mim na primeira temporada, e nos distanciamos temporada após temporada por causa das escolhas que ele faz e por causa da direção que elas o fazem tomar. Eu nunca estive tão longe dele", confessou Bravo. "Meio que não foi divertido para mim ver um personagem que tanto amo e que tanto me trouxe sendo aos poucos transformado em guacamole."

"Eu tentei durante temporadas trazer nuances [para Gabriel], mas não temos muita liberdade no set. Não podemos mudar uma palavra ou uma emoção. Eles [produtores] sabem o que querem, e só temos que cumprir. Há pouco o que posso fazer dentro dos limites de um roteiro", sentenciou o ator.

Hipocrisia à parte, Lucas Bravo dificilmente será um dos nomes anunciados na próxima terça-feira (15), quando a Academia de Televisão revelará a lista de indicados ao Emmy 2025.

Na categoria a que o francês concorre, os nomes mais cotados são Seth Rogen (O Estúdio), Jeremy Allen White (O Urso), Martin Short (Only Murders in the Building), Adam Brody (Ninguém Quer) e Jason Segel (Falando a Real).

Steve Martin (Only Murders in the Building), Ted Danson (Um Espião Infiltrado) e Nathan Fielder (O Ensaio) também têm alguma chance de entrar na disputa. O site Gold Derby, que compila as chances de cada ator, não coloca Lucas Bravo sequer entre os 40 artistas com alguma torcida para o prêmio.