The Voice no SBT até perde no Ibope, mas também dá banho em rival da Globo

A estreia do The Voice Brasil pode até ter deixado o SBT em terceiro lugar na Kantar Ibope em São Paulo nesta segunda (6). Não há dúvidas, no entanto, de que a emissora de Silvio Santos (1930-2024) também tem motivos para comemorar. Afinal, o reality show deu um banho em seu rival --o Estrela da Casa, da Globo– na qualidade de suas vozes.

Os primeiros minutos da estreia já desfizeram qualquer dúvida do público sobre como seria o The Voice sem o alto poder de investimento da Globo. O diretor J. B. Oliveira, o Boninho, se adaptou bem à nova realidade e entregou um programa com a mesma qualidade técnica que marcou as temporadas anteriores.

O primeiro episódio teve mais pontos positivos do que negativos: Péricles foi uma grata surpresa como técnico, assim como Duda Beat. Matheus e Kauan mostraram já na primeira audição às cegas que vieram para jogar, e Mumuzinho fez o elo entre o “velho” e o “novo testamento".

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Mais do que isso, a impressão do público é que o SBT levou a melhor em relação à Globo na briga por talentos. O nível do The Voice foi bem superior ao do Estrela da Casa, com direito até mesmo a uma ex-Globo virando duas cadeiras: Natascha Falcão, indicada ao Grammy Latino, que interpretou a Lola em No Rancho Fundo (2024).

Segundo fontes ouvidas pelo Notícias da TV, ninguém dentro da rede dos Abravanel esperava que o programa pudesse disputar o primeiro lugar no Ibope justamente contra um capítulo decisivo de Vale Tudo. Afinal, o público dos reality shows Globo costuma ser mais inerte –tende a permanecer no canal para ver o que vai acontecer.

Uma vice-liderança seria muito bem-vinda, mas o The Voice acabou enfrentando uma edição à moda antiga de A Fazenda. Com um elenco que não tem medo e nem preguiça de fazer barraco, o programa da Record tem tido bons resultados em São Paulo.

O que mais valeu até aqui para o SBT? O bom desempenho comercial, que ajudou a emissora a encher o cofrinho em meio a uma crise sem precedentes de audiência. Um prenúncio de que a parceria com Boninho pode ser ainda mais estratégica no futuro.